quinta-feira, outubro 30, 2003

E para o Natal

Para que não me dê a nostalgia só na altura, vou mas é começar a falar do Natal já.
E já agora começo por uma parte menos importante mas necessária.
As prendas (aposto que a minha Mãe, previdente, já tem algumas e eu ainda nem pensei nelas).
Vou espreitar o Paula Rego Obra Gráfica Completa, porque aposto que vou ter uma vítima para ele.

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Fechem-se

Anunciam-se chuvas e ventos fortes. Resguardem-se bem.
Por um comentário que aqui já foi deixado sei que alguém vai estar bem a ouvir o vento, como eu.
Mas bonito bonito é ver estes temporais numa ilha.
Lembro-me de assistir a um no Livramento, São Miguel, através de 8 metros de janelões que tremiam com o vento. Tudo na noite se iluminava com a trovoada e eu, com ela, também tremia.
E lembro-me do espéctaculo que ficou depois das rajadas e do temporal de Dezembro de 1996. As ondas sobre a doca, os barcos encalhados, as ruas estragadas e inundadas.
É estranho como coisas nefastas até nos podem parecer bonitas...

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Contenho-me

Estou danada para falar, mas não falo.
Estou inquieta para escrever, mas não escrevo.
Só digo isto: repugnou-me o teatro do psiquiatra e do adiamento. Falo obviamente do assunto que há quase um ano domina os noticiários, os jornais e até a agenda política.

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Hoje foi o dia dele

Hoje foi o Dia Nacional de Prevenção do Cancro de Mama.
Apesar de não ter podido "dedicar-me" a este tema como já o fiz aqui sobre a leucemia, não queria, nem podia, deixar passar em branco.
Sei que um dia vou morrer, como todos nós vamos, e espero que esse dia venha longe.
Sei que isso pode acontecer naturalmente ou por doença.
Esta foi a doença que, matando-me ou não, eu sempre achei que ia ter, e oxalá me engane.
E achei porque sou mulher, porque cancros não me faltem na família e, entre eles, este (e bem próximo), porque sou descuidadíssima com a saúde...
Neste dia, para todas as mulheres que sofreram ou sofrem desta doença as minhas palavras de apreço e admiração. Para alguém muito especial que por duas vezes já enfrentou este demónio, todo o meu amor e carinho.
E para todos um apelo a que contribuam para a causa e aprendam um pouco sobre ela.
Liga Portuguesa Contra o Cancro
National Cancer Institute

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segunda-feira, outubro 27, 2003

Dificil...

Hoje estou sem cabeça...
Todo o dia a ouvir gente e a tentar raciocinar pelo meio (sim, loira mas tento pensar!).
Acabo o dia com uma boa leitura...contos, e concluo que fico sem imaginação.
É dificil exprimir-me pela escrita, sobretudo depois de ler.
Melhores aragens virão...

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domingo, outubro 26, 2003

Gostei...

Finalmente alguém opina como deve ser! Hoje no Público.

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E os estacionamentos?

Ontem foi inaugurado o estádio do Benfica. Não vi, nem me interessa ir ver, mas parabéns aos adeptos (oxalá não se afundem :p)
É curioso ver como, para além do apoio que os clubes (e todos os clubes, mesmo o meu") receberam do Estado para a construção dos novos estádios, não se impõe qualquer ordem na "casa". Nem o Estado, nem as autarquias, enfim...nenhuma autoridade exige que os estádios sejam inaugurados assegurando o clube o estacionamento dos adeptos. Isto é demonstrativo da nossa "autoridade".
Meus senhores, vivo "entre" dois dos novos estádios. A avaliar pela adesão aos jogos do Sporting no Alvalade XXI, adivinham-se enchentes aos jogos e....nas ruas. Querem ver que até ao fim-de-semana vou ter de enfrentar trânsito, e muito dele provocado pelo estacionamento (ou falta dele)?
E é assim que vamos receber o Euro 2004, com 3 e quatro filas de estacionamento nas ruas, e com estacionamento em vias como a segunda circular, ou nas saídas e entradas para a dita?
Alguém, da suposta "autoridade" pensou nisto?


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Veneza

É bom confirmar que os brasileiros não sabem apenas fazer telenovelas.
A peça está descontraída e humorada e é bom ver que as prostitutas também têm sonhos simples e bonitos e que estes podem concretizar-se.
Ainda assim...eu não prescindo de lá voltar, a Veneza, cidade!

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sábado, outubro 25, 2003

Frio

Já aqui escrevi que já senti frio desde a ida do Verão. Pudera! Estava vestida de Verão e de janela aberta numa noite em que, de facto, já se sentia o arrefecimento..
Hoje sinto frio mesmo! Já liguei o aquecimento e tento não olhar para fora para não ver a chuva.
Só deixar sentir o vento... que adoro.
Mas vou fazer-me ao mau tempo.

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Curiosidade(s)

Não assisti ao duelo entre o Miguel Sousa Tavares e a Manuela Moura Guedes, e fiquei curiosa por isso vim ler aqui.
Não gosto da Senhora, pela postura, intervenções e ideias que por vezes parece querer levar avante. A prepotência e má-educação em não deixar falar um entrevistado, um comentador ou interveniente na situação noticiada, todos eles convidados, deixam-me, para além de embasbacada, incomodada.
Entendo que os jornalistas e, entre estes, os que apresentam o telejornal, são livres de ter as suas opiniões e deviam inclusivamente ser obrigados a assumir as suas convicções para esclarecimento total de quem os lê e ouve, por forma a distinguirmos o que é relato frio e isento da situação e o que não é.
Mas quando se está só a assumir o papel de apresentador de notícias televisivas e de entrevistador dos convidados e dos comentaristas, tenha-se tento e educação!
O rapaz queria falar da PIDE e não o deixaram...
Mais um sinal da nossa democracia, do nosso jornalismo...
Mas eu não me calo! Não me lembro dessa "instituição" e arrepiou-me o que soube e li sobre ela.
E esta semana espantei-me! Sim, ainda é possível espantar-me. Eu, que até sou de olhar em volta e observar o que me rodeia, nestes anos de algumas idas ao Tivoli nunca tinha reparado que na representação dos lugares da sala (alguém sabe como se chama isto?) o único camarote que lá está reservado e assinalado para o destinatário é o da "Autoridade".
Uns ainda tem de calar-se ao falar dela....outros nem puderam fazer o seu trabalho, livremente!

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Mais um, mas eles ficaram

Mais um acidente em contramão, mas desta feita sem mortos.
Mas onde aprenderam eles a conduzir? Que irresponsabilidade é esta?
Da minha parte sinto que sou, por vezes, irresponsável. Ou porque o trajecto é por demais conhecido e vou com menos atenção, ou porque no jantar ou serão bebi qualquer coisa e, ainda que estando perfeitamente bem e consciente (mas provavelmente sem a mesma capacidade de redacção), pego no carro.
Mas as histórias que conhecemos de perto, as que ouvimos e as que lemos deviam fazer-nos pensar...
Abram os olhos e vão devagar.

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segunda-feira, outubro 20, 2003

E este ano já vão sete

Faz hoje um mês que aqui escrevo e já é a segunda vez que escrevo sobre acidentes em contramão dos quais resultam mortos.
Ainda não ouvi falar da intervenção dos políticos neste caso...

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Afinal alguém falou...

Ontem indignei-me pelo silêncio da questão.
Obrigado por alguém falar sobre a quebra do segredo de justiça.
Se ele existe, é para cumprir por todos.
Se se estão a "cagar" para ele, eliminem-no.

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Pertenço a uma minoria

Não sei quando começou a moda mas vejo-a nas mãos de todos os fumadores com quem me relaciono. São as "parangonas" que vêm nos seus maços de tabaco tais como (e estou a citar de memória, pelo que me perdoem qualquer erro) "FUMAR MATA", "FUMAR PROVOCA CANCRO" "FUMAR PODE PREJUDICAR O ESPERMA E REDUZ A FERTILIDADE", etc...
Parece que a maioria concorda com estas mensagens...esqueceram-se foi de dizer que era a maioria não fumadora, claro. (in Público)
Ninguém me perguntou nada mas eu não concordo com isto (para além de ostensivamente brutas são horríveis e desfazem a imagem de marca de tantos maços) e acho que estas mensagens não vão ter qualquer efeito dissuasor nos fumadores (que poderão pura e simplesmente "esconder" o maço noutras embalagens).
Há outras maneiras bem mais fáceis de contrariar a vontade de fumar (e a possibilidade de o fazer), e que provavelmente serão mais eficazes e menos dispendiosas.
E não venham com moralismos contra as tabaqueiras por forma a justificar a demissão de cada adulto da decisão livre e (que deveria ser) responsável de decidir começar a fumar, e de cada pai de alertar os filhos para os efeitos perniciosos deste vício.
Ahh...eu sou da minoria, claro. Fumo, quis começar e continuo sabendo o mal que me faz e ainda tenho o "stock" sem "parangonas".



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Em memória

Em memória da Catarina, punam todos os responsáveis pela sua morte.
É chocante sabermos que uma criança morre na sequência de mal tratos, sendo o principal suspeito o seu pai.
Este, em interrogatório que agora decorre, mantém a recusa da prática de quaisquer actos de violência e abuso sexual sendo certo que, segundo o que foi divulgado, nunca actuou perante estranhas atitudes da criança notadas por terceiros.
Também em memória da Catarina, procurem-se (e actue-se contra, se for esse o caso) os responsáveis pela entrega desta criança à família, entre esta, ao pai que é suspeito de actos semelhantes noutra filha.
É hediondo que se tenha de chegar a esta fase de punição. Catarina sofreu nas mãos dos pais (responsáveis seja por acção seja por omissão) e já nada a traz de volta.

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domingo, outubro 19, 2003

Mas que raio de democracia é esta

Pacheco Pereira comentou esta noite na SIC as escutas telefónicas aos dirigentes do PS e entre elas a frase do "cagando".
Concordo que o que choca não é a expressão usada numa conversa (supostamente) particular. Não vamos ser ingénuos: seja qual for o nível, o cargo, as responsabilidades, e outros que tais, expressões como estas são usadas a nível particular, e cuidadosamente omitidas no trato social, profissional ou público em que nos expomos.
E concordo também que é chocante a ideia que as escutas divulgadas transmitem de que os altos dirigentes do PS procuraram meter uma cunha ao Ministério Público. Mas nisto eu já não era ingénua. Sempre acreditei que o fizessem...
Nos comentários de Pacheco Pereira fiquei novamente com a ideia de que não se discute sobre uma coisa que, pelos vistos, cagam para ela, mas que ninguém fala. E o segredo de justiça?
Todos o violam - políticos que o impõem legislativamente, Ministério Público e advogados - mas ninguém se senta à mesa para saber como o querem efectivamente estabelecer e/ou reprimir a sua violação?
Se é tão chocante um partido político usar das suas influências no sentido em que as parece ter usado, é mais chocante ainda que em democracia não se falem das questões só porque as mesmas são violadas - e publica e frontalmente violadas - por aqueles que pretensamente mandam no país.



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Eles estão a querer entrar cá­

Não li a reportagem e só ouvi e li o que dela se comenta aqui.
Bom, de facto estamos falidos, temos uma classe polí­tica na generalidade miserável não sendo as recentes notí­cias qualquer surpresa sobre isso mesmo e temos acontecimentos chocantes e que na verdade evidenciam a incompetências e a falta de meios de Estado (e os referidos nessa reportagem são os incêndios e a queda do viaduto no IC-19).
Mas isso fará do nosso país um pesadelo?
Sonho não será e tem as suas coisas negativas (e bastante) mas adoro cá viver e tenho saudades disto quando saio de cá.
A reportagem soa-me mais a í­mpeto conquistador nos "nuestros hermanos". Com tudo o que de mau possamos ter, antes "tuga" até morrer, do que castelhana por imposição!



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Pasmei...

...se gostei de o ler, e com isso pasmei, agora ainda mais pasmada fico com a correcção dos erros.
É sempre bonito, e ficamos com um Equador mais perfeito.

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Gostei...

...da beatificação da da Madre Teresa de Calcutá.

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sábado, outubro 18, 2003

Merecido descanso...

Foi meu professor e confesso que fui a poucas aulas. A matéria era densa e era complicado apreendê-la e mais complicado ainda ouvi-lo.
Mas das poucas vezes que o ouvi, nas aulas, e do muito que li dele (e do que aprendi com ele), reconheço-lhe a inteligência e o saber jurídico que já não se vai reconhecendo a todos os professores de Direito.
Foi com orgulho que me formei, com a minha melhor nota, com a cadeira por si leccionada -Direito Internacional Privado (a cadeira que mais luta me deu, mas que maior prazer me deu, talvez por requerer um raciocínio parecido com o matemático, pela lógica que impunha) - e é com tristeza que até hoje não li nenhuma palavra sobre ele por parte dos responsáveis pela faculdade onde andei.
Sr. Professor Ferrer Correia, descanse em Paz e obrigado pelo que nos deixou.


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Time to be quiet

Senti os tremores das estruturas (locais e nacionais) por causa da reportagem da Time, ao mesmo tempo que se promovia o Euro 2004.
Lida a reportagem o que me passa pela cabeça é que foi "chato" a mesma ter saído ao mesmo tempo que saia o anuncio do Euro, mas será que os europeus que verdadeiramente vão aderir a esta iniciativa futobolística, vindo a Portugal, vão desistir de o fazer porque as "Meninas" estão naquela "town"? E quanto será que custam as campanhas que o Governo está a promover?
Também foi "chato" ver que a reportagem não trouxe nada de novo ao que sabíamos e que provavelmente deu uma promoção errada a Bragança.
Ou seja, quem é de Bragança e sentiu na pele o efeito das "Meninas" percebe que elas estão la. Quem a visita, é como uma qualquer cidade onde a prostituição existe e onde não se é perturbado por ela (se não se quiser, claro).
Mas fora isso, será que com a ameaça de suspender a publicidade ao Euro o Governo queria só o pedido de desculpas, ou queria calar os jornalistas de falar sobre podres portugueses (ainda que não seja "um podre" com a dimensão que a capa da revista lhe quis dar)?
É que se assim for, a política do "be quiet" pelos vistos não está só no PS.

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Cagar...

"tou-me cagando para o segredo de justiça!" ...Ferro Rodrigues dixit.
Opá, deixem o senhor cagar que sempre é melhor que saia por onde supostamente não vemos.
Pela boca e pelos ouvidos seria pior...
Eu não acho mal que o senhor, tal como o comum dos mortais, cague.
Far-lhe-ia certamente mal à saúde (física e mental) que não o fizesse.
Acho mal, sim, que o anuncie telefonicamente. Ainda falam mal das mulheres que anunciam as idas ao WC e em romaria ainda por cima...
Bem, e se então se está a "cagar" para o segredo de justiça, ainda é pior. Se está, e sempre esteve porque não muda a lei ou se propõe a mudá-la, já que pode?
Se calhar não esteve sempre a cagar-se para ele e agora dá-lhe jeito, não é?
Políticos, humpf


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Satisfações?

Nem pensem que me vou justificar. Irra! Até é bom dar-vos sossego e alívio.
A semana passou, o tempo escasseou (esta é a minha queixa recorrente) e senti que o mundo e o país me passaram ao lado.
Ao menos tivemos a nossa acção pela Leucemia, que muito aplaudi.
Já recebi o inquérito do CEDACE e na segunda-feira já segue para o destinatário.
Parabéns à Ana Anes pela ideia e a todos os que participaram e ... Sim, todos pela SolidariedadeBlog.


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Novo Regresso

E o bom filho à casa retorna...

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quarta-feira, outubro 15, 2003

O Porquê de escrever sobre Leucemia

Como filha de médico muitos têm a impressão que sei, ou devo saber, alguma coisa sobre doenças, sintomas, diagnóstico, tratamentos.
E quando me refiro a muitos não estou a pensar nos meros conhecidos.
Estou a pensar em gente bem próxima como, por exemplo, o meu primo, quase irmão, que um dia me telefona porque um amigo comum se contorcia com dores de barriga e queriam saber se eu imaginava o que podia ser. Lá me lembrei de perguntar o que tinha comido e, ao saber que ingerira dois litros de coca-cola, supus logo que as dores se justificassem por excesso de gás. Apesar do adiantado da hora ainda tive o bom senso de ligar para o meu pai e, ou porque as dores eram mesmo insuportáveis (e pioraram com as cambalhotas e as botijas de água quente que se ensaiaram no meio das gargalhadas de quem assistiu) ou porque o conselho de quem sabe foi acolhido, acabaram por ir para o hospital e tudo acabou numa operação a uma apendicite.
Mas não vou alongar-me em histórias como estas. O que é certo é que pouco sei de doenças e dos seus sintomas e tratamentos. E o conhecimento que tenho de algumas, empírico ou documentado, e falo sobretudo das mais graves, ficou a dever-se ou à necessidade ou à mera curiosidade de saber algo mais. Foi assim com o Cancro (genericamente falando), a SIDA, a Esclerose Múltipla, a Epilepsia, o Alzheimer e a Hemofilia.
E porque resolvi eu aprender alguma coisa sobre Leucemia, e escrever sobre este tema aqui?
Porque nunca me tinha dado para aí e resolvi aderir a um repto da Ana Anes.
Hoje, nem só aqui se escreverá de Leucemia. Procurem outros blogues na lista da Ana Anes.


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Uma questão de Força para uns e de Solidariedade para outros

Sendo um cancro, e estando a doença sujeita a tratamentos que, mais ou menos violentos, têm também riscos e efeitos secundários (podendo até não ser eficazes) penso ser essencial a estrutura psicológica do doente.
É natural que o doente queira saber o que tem, o que deve fazer e onde chegará, isto é, se terá cura e se deixará de ter a vida marcada pelos sintomas e consequências da doença.
A primeira questão que se me coloca, pois, é até onde deve o doente saber. Na minha opinião os doentes com maioridade, ou os pais das crianças doentes (e esta doença atinge várias crianças e jovens), devem saber tudo o que se lhes espera. E de preferência por parte do médico a quem, com confiança, procuraram e que os vai seguir. É que, se não for pelo médico, sempre terão, ou poderão ter, acesso a informação por outras vias, como esta (leia-se “net”), sem qualquer possibilidade de esclarecerem dúvidas ou sossegarem medos.
A questão está, pois, em como se diz e a quem se diz.
Exige-se do médico que conheça exactamente com quem está a falar e saiba detectar as reacções do que diz em que diz. Infelizmente nem sempre assim acontece, ou por culpa do médico, ou por culpa de quem não o sabe ouvir.
Do doente exige-se a força para enfrentar a notícia da doença, os efeitos, os tratamentos, o dia-a-dia e para, enfim, ter esperança.
É demais o que se exige. Por isso é importante que não se tenha vergonha de não ter forças, que não se tenha vergonha de procurar ajudas. Se a força tem de estar dentro de cada um e tem de partir de cada um, por vezes é necessário virarmo-nos para fora para a conseguir.
Esta é a palavra que gostaria de deixar a todos os doentes e seus familiares: FORÇA!
É a palavra que me suscitam tantas doenças e que, por isso, pode parecer banal, mas acreditem que não o é. Foi o que mais admirei em pessoas com doenças graves e em alguns casos terminais (uma delas cancro, e que já não está entre nós), com quem me cruzei.
Quanto a nós, resta-nos a solidariedade.
Cada vez se torna mais fácil sabermos quem precisa de ajuda, e qual (doações de sangue, para transfusões que alguns tratamentos requerem, ou de medula, para os transplantes). Basta ler os e-mail que recebemos com apelos, ou “sites” por onde podemos navegar.
Mas não seremos egoístas demais? Não nos limitamos a reencaminhar esses “sites” sem mais nada fazer?
Contra mim própria escrevo pois, de facto, apenas me “mexi” quando senti proximidade com as situações, fossem elas de apelo ou não.
Lá diz o ditado popular “só não se sente quem não é boa gente”. Será que por nada fazermos, face a apelos mais ou menos fidedignos ou mesmo sem eles, seremos todos de má estirpe?
Parece-me que não, ou quero acreditar que não. Julgo que será o egoísmo que cada vez mais se instala e que devemos combater. Eu por mim, se bem que acredite que não vá mudar o mundo, sempre que puder mexer-me, mexer-me-ei.
É que não custa nada irmos ao CEDACE (Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão).

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As vantagens da Investigação

Outra questão que a Leucemia me leva a pensar é a do carácter benéfico, ou não, da investigação.
Sou apologista da investigação médica (malgrado os interesses económicos que a possam dominar) e pude verificar, com as pesquisas que fiz sobre a Leucemia, que nesta doença ela não só é benéfica como é necessária uma vez que não se conhecem as causas, porque se desconfiaram de riscos que afinal não o são e porque a cura ainda não é certa nem fácil.
É lamentável, porém, saber que certas investigações e descobertas constituem elas próprias um mal para esta doença. Pois é, entre outros (inclusivamente outras doenças e/ou seus tratamentos), constitui factor de risco para a Leucemia a exposição a altos níveis de radiação em virtude de explosões de bombas atómicas e de desastres nucleares.
Se a investigação nuclear tem, ou pode ter, efeitos benéficos em si mesma, o certo é que o que melhor conhecia dela era um ou outro evento negro da História. Eventos feitos por Homens que preferem investir para ter poder, em vez de investirem para morrer menos gente, para se tratarem mais as pessoas. (Desculpem aproveitar o tema para meter esta colherada, mas não resisto: é o mesmo que se passa num pais, quase falido – ou até já falido – como o nosso, onde se financiam campos de futebol em vez de se construírem hospitais, abrirem mais vagas para medicina, e investirem em investigação!!!!)
Penso, pois, que para além da solidariedade que todos nós devíamos ter, os Estados, as Associações deviam canalizar meios para a investigação útil, necessária e sempre desinteressada.

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Alguma Informação

Nas pesquisas que fiz apenas constatei o que já era uma confirmação.
Somos um país pequeno, onde a informação na “net” ainda é tímida e incipiente.
Existe uma Associação Portuguesa Contra a Leucemia que, como outras associações do género, tem óptimos propósitos.
Faço votos para que não fiquem só por propósitos, para que tenham o maior sucesso e eficácia (e maior “feed-back”, uma vez que, pelo que vi, a colaboração no site, sobretudo no Fórum, ainda é pouca), e para que não cometam excessos e erros tão naturais ao género humano.
De entre os sites por onde andei, para além da recomendação que tive, achei muito bom e elucidativo o do National Câncer Institute.
Mas deixo aqui uma lista com alguns “links” úteis.

Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL)
Boa Saúde
Saúde na Internet
Viva Saudável
National Cancer Institute
American Cancer Society
The Leukemia & Lymphoma Society
Meds.com Information Library

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segunda-feira, outubro 13, 2003

Gostei...

Do texto sobre a Confiança que podem ler aqui.

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Um regresso

O Napster vai voltar a partir de dia 29.10.
Mas a pagar, claro, como manda a legalidade.

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Rir ou chorar?

A TSF hoje dedicou-lhe fórum e eu tive pena de não ouvir.
Não sei se ria, não sei se chore.
Com que direito se sentem autores e editores de livros escolares, políticos e professores, de imporem manuais escolares que incentivam o visionamento de programas televisivos que os pais estão no direito de não quererem que os filhos vejam?
E que Português se aprende com esses programas?

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Ser ou não ser rico?

Deve haver quem ganhe muito..
Deve haver quem precise de negociar aumentos salariais baixos.
E deve haver quem precise de cortar com os subsídios.
Se não, como é que a "Grande Lisboa é a região ibérica mais rica em poder de compra"?

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Silêncio!

Alguém me cala a Ana Gomes, sff??
A sra. está um pouco histérica e perde toda a noção.
Então não é que acha absurdo o que tem vindo a ser notícia sobre investigações em curso mas quer saber se há e. provavelmente. o que há. no âmbito de uma investigação que pretende que devia ter sido instaurada.
Então, é para se saber e divulgar ou não?

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domingo, outubro 12, 2003

Rir ou não rir?

Rir, descontrair e divertir são, de facto, um bom remédio.
E é por isso que, entre outras coisas, visito alguns blogs. Onde me divirto, descontraio e rio.
Mas gostei de ver que nem só de rir e divertir se fazem alguns blogs, e bloguistas.
Esta semana, dia 15.10, e por proposta da Ana Anes o tema a desenvolver pelos bloguistas aderentes será Leucemia.
Boa escolha, e esperemos que bons remédios também.

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Ser ou não ser coerente?

A leitura de um comentário aqui deixado, leva-me a escrever sobre este tema como, de resto, já timidamente tinha anunciado há uns dias.
"PP & PP
Este Paulo Pedroso que, após quatro meses e meio de Reclusão Mí­nima Garantida (RMG) por ser arguido num processo de pedofilia, se prepara para reassumir de rosto em riste o seu lugar no Parlamento não será o mesmo que exigia, colérico, a demissão de Paulo Portas por este ser testemunha num processo de gestão danosa?
" (foi tirado daqui).
Sobre esta atitude concreta já tinha conversado com alguém ("xuxa", por sinal, mas coerente).
Paulo Pedroso, se efectivamente vier a assumir o lugar no Parlamento, irá contrariar uma atitude que o seu partido cultivou quando esteve no poder: a demissão das funções públicas em órgão de soberania independentemente da culpa formada ou apontada em processo próprio para o efeito. Bastou a notícia de certos factos, indiciadora de culpa ou não... Foi assim, por exemplo, com Jorge Coelho (e o desastre de Entre-os-Rios) e com António Vitorino (e a sisa).
Para mim, isto sim é uma questão de honra, por um lado, e de coerência, por outro. E uma e outra marcam as atitudes humanas.
Penso que podemos mudar de opiniões e de atitudes perante certas coisas e, ainda assim, não sermos incoerentes. Se o fazemos é porque talvez antes não tí­nhamos outras perspectivas da mesma realidade, não tí­nhamos o saber de experiência feito, não devíamos, sequer, ter tido a veleidade de ter opinião sem uma mí­nima consistência. Por mudarmos deixamos de ser conformes com o que antes pensávamos ou fazíamos, mas passamos a estar mais consistentes. E ainda assim não nos tornámos num Ser incoerente. Basta que nos valores em que acreditamos não mudemos. E reconhecermos os erros (de atitude ou de pensamento) quando os cometemos.
Mas na politica, e salvo raras excepções, não é assim. Quem devia fazer assentar as suas propostas e iniciativas em valores e em opinões já sólidas e ponderadas não o faz (e isto para mim não é surpresa alguma, daí­ que não confie minimamente nestes senhores) e depois presta-se a ideias e atitudes ridí­culas.
E como incoerências conheço a quem está na polí­tica (e, sobretudo, com hipótese de por aí chegar a esse poder), ou a quem, não sendo polí­tico, gosta de ter poder, pensando que o tem ou sem inteligência para o ter, vou continuar neste posto...de observação.

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Erros Técnicos

Mantém-se os Blog(pensa)mentos, mas agora o título dá erro.
Isto da técnica dá cá uma trabalheira...

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Lisboa III

Lisboa hoje esteve soturna.
Com a chuva e um dia escuro, tive, pela primeira vez depois do verão, frio.
Lá fiz as voltas de carro (e de corrida) e tinha de ter peripécia com um eléctrico.
Os primeiros eléctricos apareceram em Lisboa em 1901 (e eu que não me lembro), e começaram aos poucos a substituir os antigos carros de tracção animal que rodavam sobre carris de ferro (“americanos”).
A primeira linha de tracção eléctrica estabeleceu a ligação entre Santo Amaro e o Cais do Sodré.
Como tantas outras coisas em Lisboa, também os eléctricos, os velhinhos como os conhecemos, já vão desaparecendo. Parece que há uns circuitos turísticos, pelo que tenho de ver se aproveito.
Oxalá não fique parada, como aconteceu hoje com um. O obstáculo era a roda de um carro que, estando bem estacionado, tinha a roda virada para fora...
O carro não era o meu. A peripécia foi porque fiquei na fila de trânsito..

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quinta-feira, outubro 09, 2003

Nem tudo é mau..

O dia hoje foi duro e ainda vai durar.
Mas foi a trabalhar num coisa nova que, para além de me ter divertido, fez aprender coisas novas.
Entre elas esta: não é que um juiz pode ser advogado em causa própria, do seu cônjuge ou descendente (do unido de facto a lei não diz...). Ou seja, para além do seu comportamento, ou do comportamento dos seus, estar a ser julgado por "um par", este "par" não tem de que se confrontar com a outra classe..a dos advogados.
Como será que o Presidente do Tribunal da Relação vai defender-se (se é que vai ser "julgado" pelo que fez?)?
Fora do trabalho também fiquei a saber umas coisas novas de quimbundo, Paris, Itália, espanholas e inevitavelmente atitudes humanas.
Em breve desenvolverei mais qualquer coisa, mas agora...ao trabalho.

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quarta-feira, outubro 08, 2003

Gostei...

...da saída do Martins da Cruz. Afinal os "tugas" nem são os mais corruptos

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Não gostei...

...da ida de Pedroso para a Assembleia da República aquando da sua libertação. Desde cedo que oiço "não faças aos outros aquilo que não gostarias ou gostas que te façam a ti". E vivo pensando que, perante certas atitudes que não me agradam, não me colocarei ao nível (seja ele igual, inferior ou superior) de quem toma essa atitude.
Então se o Sr. se pôs à disposição do Sr. Dr. Juiz, o que teria dispensado a deslocação deste à Assembleia para a apresentação do pedido de levantamento de imunidade e a detenção em plena Assembleia, porquê, quando solto, voltar logo para lá?
Se o forem lá buscar novamente Sr., não se queixe por isso.

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"Quenturas"

A temperatura voltou a subir hoje em Lisboa.
Se temos manhãs e noites frescas a verdade é que à tarde, sobretudo no gabinete virado para o sol, está uma caloraça insuportável.
Para além de cuidados como não atirar lixo para o chão* (o qual, sendo de papel, vai sendo acumulado no carro), não usar os "sprays", evitar certo tipo de quimicos detergentes em casa (ou o seu uso excessivo), a verdade é que não tenho grandes preocupações ambientalistas (talvez por desconhecer a real dimensão das questões, mea culpa).
Mas acredito que, como é afirmado por certos conhecedores da matéria, grande parte das alterações climatéricas que temos vindo a sentir nos últimos anos (e das alterações que se prevém) deve-se, justamente, às "agressões" ambientais de que todos somos, em parte, responsáveis.
Não quero, de modo nenhum, fazer a apologia dos "verdes" (mas devia...que até são a equipa - de bola, leia-se - da minha eleição), até porque de alterações climatéricas, com ou sem agressões ambientais, já todos ouvimos falar (alguém se lembra dos dinossauros?).
Mas não seria de, com seriedade, aqueles que podem verdadeiramente alterar o "status quo" , decidirem sobre esta matéria (refiro-me àqueles que elegeram um senhor músculos para reger a orquestra de uma potência dentro de uma potência?).
É que não me apetece nada andar a respirar ar fabricado por um ar condicionado todo o ano....(e não só...)

*nem cuspo ou outras coisas que tais, claro

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terça-feira, outubro 07, 2003

Sem comentários...

Parece que "cairam" os Blog(pensa)mentos.
Como não os bani, mas como também não sei como recuperá-los, vou esperar pacientemente

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Ele há cada livro...

Nem é "blog" que visite, nem percebo muito do que lá vem embora reconheça que está muito bem escrito (feitos os devidos descontos, claro).
Agora passaram a livro e, mesmo sem o querer, já o tenho..

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Uma boa opinião

Li no Público e gostei..

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segunda-feira, outubro 06, 2003

Madrugada de Alfama

Mora num beco de Alfama
e chamam-lhe a madrugada,
mas ela, de tão estouvada
nem sabe como se chama.

Mora numa água-furtada
que é a mais alta de Alfama
e que o sol primeiro inflama
quando acorda à madrugada.
Mora numa água-furtada
que é a mais alta de Alfama.

Nem mesmo na Madragoa
ninguém compete com ela,
que do alto da janela
tão cedo beija Lisboa.

E a sua colcha amarela
faz inveja à Madragoa:
Madragoa não perdoa
que madruguem mais do que ela.
E a sua colcha amarela
faz inveja à Madragoa.

Mora num beco de Alfama
e chamam-lhe a madrugada;
são mastros de luz doirada
os ferros da sua cama.

E a sua colcha amarela
a brilhar sobre Lisboa,
é como a estatua de proa
que anuncia a caravela,
a sua colcha amarela
a brilhar sobre Lisboa.


(David Mourão-Ferreira/Alain Oulman, cantado por Amália Rodrigues)

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Ser ou não ser jovem?

Ando a ler algo que tem a ver com a incultura, a impreparação dos jovens e a leitura de um "post" deixou-me preplexa.
Não é que pensam mesmo que os jovens deviam ser substituidos pelos "seniores"?
À excessiva juventude ou excessos de entusiasmo dos jovens contrapõem a experiência, o saber, a memória, a cultura, o equilíbrio, o distanciamento e a capacidade de reflexão para justificarem a necessidade dos seniores manterem os lugares de responsabilidade (e talvez de topo...sim, porque nem sempre o topo é sinal de responsabilidade).
Não posso deixar de concordar que não tolero o menino imberbe que, de nariz empinado, tudo julga saber e tudo julga poder controlar. Falta-lhe muito e, entre esse muito, a humildade. Mas isto também pode faltar a um "senior".
Também não me parece bem o menino que, sem olhar a meios, tudo faz para atingir os seus fins, ou seja, o topo. Faltam-lhe certamente escrúpulos. Mas isto também pode faltar a um "senior".
Mas também não me parece bem que não dêem responsabilidades aos meninos. Como querem que eles tenham experiência, equilíbrio, distanciamento e capacidade de reflexão se não lhes forem feitas exigências?
Acho que nenhum de nós (jovens, meia-idade - que é onde, sem relativizar, me considero, pois acho que estou no meio caminho andado dos limites da esperança de vida - ou adultos) tem a pretensão de saber tudo ou de memorizar tudo. A vida é, ela própria, o caminho da nossa aprendizagem e ao longo dela, basta querermos, estamos sempre abertos e susceptíveis de aprender.
E por muito que se saiba, saber não é igual a responsabilidade. É certo que lugares ou papéis que nos exigem responsabilidade podem pressupor um certo saber. E é certo que hoje "aprende-se" menos, por um lado, mas "sabe-se" mais, por outro.
Mas será que só os adultos, "seniores", sabem ser responsáveis?
Olhando para o mundo que me rodeia sou levada a concluir que não. Tudo depende...

PS(Anárquico): Onde se lê "menino" ou "meninos" também é aplicável às meninas (ou sobretudo, dirão alguns)

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domingo, outubro 05, 2003

Lisboa II

No Chiado decorriam filmagens e, aqui sim, à boa maneira portuguesa, fomos investigar.
Enquanto mirone estava ingrigada. A cena parecia retratar os anos 40/50, era passada à porta de um Hotel, com carros da época a passar, pessoas a sairem e a entrarem no Hotel e a circularem no espaço em frente onde estava a vendedora de castanhas. Os semáforos foram cuidadosamente escondidos atrás de uns placares mas, esqueceram-se de esconder as câmaras da segurança da porta do Hotel. Até aqui tudo bem, não fosse a cena repetir-se por uns 5 ou 6 takes no quarto de hora que lá estivemos, e não fosse a rua estar cheia...de neve (e o ar também porque havia uns aparelhos que a atiravam)!!! Neve em Lisboa??? Até já pode ter havido, mas não é nem habitual, nem característico...
O mistério desfez-se com uma pergunta apenas (porque eu só de mirone não sei estar). Eram filmagens de um anúncio espanhol do El-Gordo, retratando, de facto, a época de 40.
Não é que os "nuestros hermanos" descobriram que Lisboa tem o espaço que eles não têm para anunciarem a sua lotaria?
Gostei e assim até já aceito a neve.


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Lisboa I

Estávamos às voltas e eis que nos apercebemos que a miúda ainda não tinha lá ido.
Fomos, por isso, ver as vistas ao Elevador de Santa Justa.
O projecto é da responsabilidade do engenheiro francês Raúl Mesnier du Ponsard e a obra, da responsabilidade da empresa Elevadores do Carmo, pode avançar com o licenciamento da construção em 6 de Julho de 1899 (nessa época pelos vistos só se construia mesmo depois das licenças).
Com uma estrutura de ferro de feição neo-gótica este elevador faz a ligação entre a Baixa Pombalina (Rua de Santa Justa) e o Carmo. Foi inaugurado em 10 de Julho de 1902 e é hoje o único elevador vertical na cidade.
A vista que temos de Lisboa, não sendo única (porque esta cidade está cheia de miradouros), é magní­fica e repousante.
Estamos de frente para o Castelo, com o Tejo à  direita, o Rossio bem cuidado aos pés, ao fundo a Graça, e pelo meio vamos tomando atenção a tantos pontos concretos por onde andamos ou aonde já estivemos.
Curioso que à nossa volta só estavam...turistas. Éramos os únicos portugueses. Incrí­vel!
Uns dirão que é assim em Lisboa, como é em qualquer outro ponto turí­stico de outras cidades ou locais.
Mas porquê? Porque é que o "tuga" ao fim-de-semana prefere vestir o seu fato de treino, calçar os seus ténis e ir...para os centros comerciais???
Seja como for, "tugas" deixem-se estar nos centros, que Lisboa (e outros sí­tios neste país) pelos vistos não é para todos.
Acho que a miúda gostou mas, claro, como boas "tugas" tí­nhamos de acabar no centro comercial, para fúria do miúdo.
Bem hajam por esta tarde!

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sábado, outubro 04, 2003

Memórias

Hoje não quero deixar de recordá-la e ela sabe quem é.
Um beijinho grande


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Choques

Não, não bati com o carro (eu sei que de ás não tenho nada mas isso ainda não me aconteceu).
Também não apanhei com nenhum dos raios da trovoada que se fez sentir e limitei-me a apanhar umas molhas, valentes.
Fiquei foi chocada.
A lei por vezes não é justa (e muitas vezes é aplicada injustamente).
A lei é muitas vezes mal feita.
Cá para mim, é porque são Homens que a fazem e a aplicam, muitas vezes a olharem mais para o seu umbigo do que propriamente para a realidade, e para o que ela precisa.
Mas já começa a ser demais.
Um aplicador de leis que "agride" publica e ordinariamente uma jornalista e agora nem consigo saber o que lhe vão fazer. Será que vão fazer?
Um ministro que, porque a lei não pareceu justa aos seus serviços, favorece uma estudante que não reunia os requisitos que vinham na lei para a sua aplicação (sendo essa estudante, com ou sem pedido de cunha, objectivamente, ao que se diz, filha de um seu colega ministro).
Agora vamos deixar de saber desse ministro, que depressa e bem se demitiu, e se calhar nem vamos discutir a questão de saber: "devem existir regimes excepcionais de acesso ao ensino? e para quem?". E já agora: "que vai acontecer ao Director-geral?". "Quem vai explicar aos crâneos que não acederam ao curso de medicina que o pai deles e o lugar deles devia ter sido outro?"
Da mesma forma que já não se ouve a discussão do "deve ou não deve haver segredo de justiça?". Chocou-me esta semana assistir a uma violação frontal desta realidade, propiciada pelas condições que o próprio Estado tem. Não é que se fazem inquirições em processos, diferentes, mas ambos em segredo de justiça em simultâneo?
É este o país que temos, pois é.
Eu nem quero a Constituição Europeia, mas se fosse para mudar o rumo disto tudo....


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Regresso

Será que estou de volta?
Alguém escreveu "NEM SÓ DE BLOG VIVE UM HOMEM" (Pedro Mexia).
Finalmente concordo alguma coisa. É que nem só de blog vive uma mulher, também.
Eis-me.

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