sábado, janeiro 28, 2006

Ponta Delgada - Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento LVI


A Rua Marquês da Praia cruza também neste ponto para norte com a actual Rua Comandante Jaime de Sousa proprietário da casa que faz esquina com esta artéria.

Jaime Júlio Velho Cabral Botelho de Sousa nasceu em Ponta Delgada, a 26 de Abril de 1875, e faleceu em Lisboa, em Dezembro de 1946. Capitão de Fragata, foi deputado pelo círculo de Ponta Delgada, no regime monárquico e na vigência do regime republicano, chegando a exercer o cargo de Ministro das Colónias. Como diplomata, foi Ministro Plenipotenciário e Enviado Extraordinário de Portugal à Comissão de Reparações da Guerra de 1914-1918. A sua sensibilidade literária levou-o ainda a escrever o livro “Agonia dum Herói”, sobre a última viagem do cruzador "Adamastor". A designação toponímica "Rua Comandante Jaime de Sousa" foi atribuída, por deliberação camarária de 27 de Abril de 1967, à "2ª Travessa da Conceição", depois de ter denominado a "Rua dos Clérigos" desde 26 de Agosto de 1948. (José Andrade, ob.cit., 2001)

A agora Rua Comandante Jaime de Sousa– antiga «travessa que vaj pa oPaço junto aRodrigo velho », «Travessa do Paço» e «2ª Travessa da Conceição», por referência ao Paço dos Condes da Ribeira Grande - liga a Rua Marquês da Praia ao Largo dos Mártires da Pátria.

Nesta rua, na casa n.º 9 (ainda existente), foi onde Antero escreveu a sua Carta Autobiográfica a Wilhelm Storck que preparava a edição alemã dos seus Sonetos, em 14 de Maio de 1887, quando de uma estadia em que foi hóspede do seu primo, dilecto amigo e companheiro de grandes discussões filosóficas, Sebastião d’Arruda da Costa Botelho. Este era irmão de Augusto Arruda Quental testamenteiro de Antero e das poucas pessoas de quem Antero se foi despedir depois de comprar a pistola na loja do Férin. Ambos eram filhos de Maria Helena do Quental, irmã do pai de Antero.


Carlos F. Afonso
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