Um blogue, um livro, um até sempre
É voz corrente que uma pessoa para se realizar de uma forma completa, precisa de ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. Diz-se também que para se ter sucesso nalguma coisa ela deve ser feita com prazer.
Confesso que nunca tive prazer, nem sucesso, a plantar árvores…
Prazer e sucesso tive com os meus filhos e já me considero bem sucedido pelo facto de ter feito este livro, que melhorou consideravelmente o meu nível de conhecimentos, e me deu – também ele – um enorme prazer na sua elaboração.
Espero não desiludir demasiado os que o lerem e peço-lhes alguma benevolência na sua apreciação por não ser eu a pessoa indicada para elaborar uma obra deste tipo. Principalmente porque não tenho nem a erudição nem os conhecimentos que me teriam permitido fazer uma obra de mérito e original.
Trata-se de uma súmula de algumas publicações de reputados historiadores locais a que se juntaram algumas fotografias, antigas e actuais, algumas que julgo curiosas e pouco conhecidas e que poderão despertar algum interesse a quem o ler, sobretudo a quem, como eu, não conheça profundamente a história da nossa cidade.
A esses historiadores fiquei a dever os poucos conhecimentos que entusiasticamente compilei, com o único objectivo de os publicar num blogue, aprender a história e algumas historietas da cidade, e ajudar a geração dos meus filhos a conhecer melhor a “sua” cidade. Por essa razão não são de esperar novidades ou revelações que sejam desconhecidas da maioria dos meus conterrâneos.
Este trabalho tem, contudo, uma pequena história.
A ideia da sua elaboração nasceu de discussões ocasionais na Internet com alguns dos notáveis bloggers micaelenses.
Apercebi-me numa dessas discussões que as gerações mais novas desconheciam muito do valioso património que fora destruído em Ponta Delgada, em nome dum suposto “desenvolvimento”.
Propus então à minha filha fazermos um passeio virtual pela cidade, mostrando essas destruições.
Julgava eu então que conhecia razoavelmente a minha cidade!
Partes do texto foram sendo publicados num já defunto blog da minha filha e o aguçar progressivo da minha curiosidade acabou por conduzir a este resultado.
Nunca me passou pela cabeça publicar estes despretensiosos apontamentos em forma de livro. Aos meus filhos os dediquei e a eles se destinavam.
Contudo a Câmara Municipal entendeu ser interessante a sua publicação, e aproveito para realçar o elevado espírito de abertura e tolerância que demonstra, aceitando publicar um trabalho tão crítico em relação a algumas atitudes das diferentes Câmaras, desde o liberalismo até aos nossos dias.
A ideia inicial do livro seria demonstrar, por imagem quando possível, quantos atentados e destruições se fizeram nos últimos duzentos anos. Simultaneamente foi surgindo a ideia de apontar, muito resumidamente, alguma informação sobre o património existente e algumas historietas curiosas de locais e personagens da nossa cidade.
Ponta Delgada manteve-se sem grandes agressões durante 300 anos e a sua malha urbana manteve-se, quase inalterada, até meados do séc. XX.
A sua descaracterização começa quando com a implementação do regime liberal, no séc. XIX, surge uma onda de anticlericalismo que levou à destruição de muitas ermidas e igrejas, por puro fanatismo e intolerância. A secularização dos Conventos e a sua utilização para os fins mais inconcebíveis foi a principal causa da sua degradação e em muitos casos conduziu ao seu completo desaparecimento.
A outra causa que terá contribuído para a degradação patrimonial e urbanística da cidade foi a construção do Porto Artificial em 1861. Aqui já não por fanatismo ou intolerância mas sim por manifesta falta de cultura e de sentido estético.
A cidade, sentindo-se protegida, decidiu virar-se para o mar, de início de forma tímida, com a construção do Cais da Sardinha, em 1877, e que “só” destruiu a Ermida de S. Pedro Gonçalves, do séc. XVI.
Logo se seguiu o Aterro, em 1891, que também “só” destruiu o Forte dos Açouges que defendia a entrada do Cais Velho.
Nada contudo que se compare com a bárbara construção da Avenida Marginal, em meados do séc. XX, que destruiu toda a orla marítima da cidade, do Castelo de S. Brás a S. Pedro, arrasando-se o Cais do Corpo Santo, o Cais da Sardinha, o Aterro, o Recolhimento da Trindade, o Solar e a Ermida de Santa Luzia, o elegante e pitoresco Cais Velho, toda a muralha do Calhau do Laguim, o Forte e Cais de S. Pedro e mais recentemente o porto da Calheta de Pêro de Teive.
Como se não bastasse toda esta destruição, tudo foi substituído por edifícios de qualidade duvidosa, de estética infeliz, quando não de volumetria excessiva, retirando toda a harmonia e equilíbrio que existia na antiga orla marítima da cidade.
Este verdadeiro “cataclismo urbanístico” surge pela vontade de afirmação política do regime do Estado Novo, saído incólume e endinheirado da 2ª Guerra Mundial e temeroso da influência das democracias ocidentais no país e neste caso nos Açores. Suas Ex.ªs sentiram uma necessidade imperiosa de fazer obra. E obraram mesmo…
O novo aterro, agora em construção, por ficar a uma cota mais baixa do que a actual Avenida, poderia ter sido menos destruidor mas chegou com mais de 50 anos de atraso. Também agora pouco importa. Já pouco ou nada resta para destruir!
Toda a memória do que foi a luta dos habitantes de Ponta Delgada com o agressivo e imprevisível mar açoriano se apagou, destruindo-se tudo o que nos fizesse recordar o que foi a sua tempestuosa relação com o mar!
Mais uma vez os inconfessáveis interesses da política se sobrepuseram aos interesses da cidade e dos seus habitantes!
Todos os regimes, em todas as épocas, se têm “prestigiado” com a sua dose de destruições. Em diferentes tons e em diferentes escalas.
O liberalismo monárquico “prestigiou-se” destruindo-nos Ermidas, Igrejas e Conventos. A Ditadura de Salazar “prestigiou-se” destruindo-nos toda a orla marítima da cidade.
A 1ª Republica, em permanente situação de confusão politica e de bancarrota, não nos pode presentear com uma destruição decente. Limitou-se a alterar a toponímia de muitas ruas da cidade, algumas das quais felizmente já corrigidas.
A eternamente jovem 3ª Republica também se “prestigiou” com algumas destruições, já menos numerosas, suponho eu que por manifesta falta de matéria-prima. Destruiu o porto da Calheta de Pêro de Teive e o solar do séc. XVIII da Rua do Calhau. Ultimou a destruição da Igreja e Convento da Graça. Transformou o único Mercado rústico da cidade, outrora arborizado e arejado, numa espécie de circo ou de pagode, aberto à chuva no Inverno, tórrido no Verão, escuro e tristonho 24 horas por dia. Destruiu também, sem necessidade e sem contemplações, os granéis do Barão de Fonte Bela, na Rua do Castilho.
Devemos congratular-nos, contudo, com a atitude de V. Ex.ª, Sr.ª Presidente, de não ter querido “prestigiar-se” com a destruição do Coliseu, o loteamento do Jardim António Borges ou a transferência da Igreja da Matriz para a periferia, tal como já fizeram com a Ermida da Trindade, para promover a valorização do centro da cidade!
Agradeço-lhe, Sr.ª Presidente, esta distinção com que me premeia, quer promovendo esta publicação quer também pelas palavras amáveis com que a apresentou.
Devo acrescentar, pedindo-lhe que o aceite como um elogio, que V. Ex.ª, sem fundamentalismos e com uma tolerância e fair-play notáveis, muito mais saxónica do que latina, não parece ser portuguesa nem pertencer à classe política deste país, normalmente arrogante e avessa a toda e qualquer crítica, quaisquer que sejam as intenções de quem critica!
Um agradecimento muito sensibilizado ao Professor Carlos Riley, pela sua condescendência em prefaciar e apresentar uma obra tão modesta, fruto da curiosidade dum mero amador. Apesar de todo o rigor que põe nos seus trabalhos, no prefácio do livro comete uma inexactidão, amável e voluntária, ao colocar-me em paralelo com nomes ilustres da historiografia regional. Se algum mérito este livro pode ter, a eles se deve e não a mim que não possuo qualificações para tal e me limitei a compilá-los para elaboração deste trabalho.
À Sr.ª Dr.ª Carmo Rodeia, também agradeço o seu papel na coordenação e os conselhos que levaram a esta publicação.
Ao Sr. Arquitecto Pedro Garcez pelo excelente trabalho gráfico em que se empenhou com tão elevado gosto artístico e sentido estético.
Devo um especial agradecimento ao Dr. João Nuno Almeida e Sousa, que pelo seu entusiasmo e bons contactos, teve um papel relevante na publicação deste trabalho.
Guardo o meu último agradecimento a todos os que me distinguiram com a sua presença que só se justifica pela sua amizade e não pela qualidade do trabalho que acaba de ser apresentado.
Se eu tivesse uma réstia de vergonha não estaria agora aqui. E se quem me ouve se apercebesse do nível dos meus conhecimentos seguramente não estaria também aí.
O meu muito obrigado a todos.
Confesso que nunca tive prazer, nem sucesso, a plantar árvores…
Prazer e sucesso tive com os meus filhos e já me considero bem sucedido pelo facto de ter feito este livro, que melhorou consideravelmente o meu nível de conhecimentos, e me deu – também ele – um enorme prazer na sua elaboração.
Espero não desiludir demasiado os que o lerem e peço-lhes alguma benevolência na sua apreciação por não ser eu a pessoa indicada para elaborar uma obra deste tipo. Principalmente porque não tenho nem a erudição nem os conhecimentos que me teriam permitido fazer uma obra de mérito e original.
Trata-se de uma súmula de algumas publicações de reputados historiadores locais a que se juntaram algumas fotografias, antigas e actuais, algumas que julgo curiosas e pouco conhecidas e que poderão despertar algum interesse a quem o ler, sobretudo a quem, como eu, não conheça profundamente a história da nossa cidade.
A esses historiadores fiquei a dever os poucos conhecimentos que entusiasticamente compilei, com o único objectivo de os publicar num blogue, aprender a história e algumas historietas da cidade, e ajudar a geração dos meus filhos a conhecer melhor a “sua” cidade. Por essa razão não são de esperar novidades ou revelações que sejam desconhecidas da maioria dos meus conterrâneos.
Este trabalho tem, contudo, uma pequena história.
A ideia da sua elaboração nasceu de discussões ocasionais na Internet com alguns dos notáveis bloggers micaelenses.
Apercebi-me numa dessas discussões que as gerações mais novas desconheciam muito do valioso património que fora destruído em Ponta Delgada, em nome dum suposto “desenvolvimento”.
Propus então à minha filha fazermos um passeio virtual pela cidade, mostrando essas destruições.
Julgava eu então que conhecia razoavelmente a minha cidade!
Partes do texto foram sendo publicados num já defunto blog da minha filha e o aguçar progressivo da minha curiosidade acabou por conduzir a este resultado.
Nunca me passou pela cabeça publicar estes despretensiosos apontamentos em forma de livro. Aos meus filhos os dediquei e a eles se destinavam.
Contudo a Câmara Municipal entendeu ser interessante a sua publicação, e aproveito para realçar o elevado espírito de abertura e tolerância que demonstra, aceitando publicar um trabalho tão crítico em relação a algumas atitudes das diferentes Câmaras, desde o liberalismo até aos nossos dias.
A ideia inicial do livro seria demonstrar, por imagem quando possível, quantos atentados e destruições se fizeram nos últimos duzentos anos. Simultaneamente foi surgindo a ideia de apontar, muito resumidamente, alguma informação sobre o património existente e algumas historietas curiosas de locais e personagens da nossa cidade.
Ponta Delgada manteve-se sem grandes agressões durante 300 anos e a sua malha urbana manteve-se, quase inalterada, até meados do séc. XX.
A sua descaracterização começa quando com a implementação do regime liberal, no séc. XIX, surge uma onda de anticlericalismo que levou à destruição de muitas ermidas e igrejas, por puro fanatismo e intolerância. A secularização dos Conventos e a sua utilização para os fins mais inconcebíveis foi a principal causa da sua degradação e em muitos casos conduziu ao seu completo desaparecimento.
A outra causa que terá contribuído para a degradação patrimonial e urbanística da cidade foi a construção do Porto Artificial em 1861. Aqui já não por fanatismo ou intolerância mas sim por manifesta falta de cultura e de sentido estético.
A cidade, sentindo-se protegida, decidiu virar-se para o mar, de início de forma tímida, com a construção do Cais da Sardinha, em 1877, e que “só” destruiu a Ermida de S. Pedro Gonçalves, do séc. XVI.
Logo se seguiu o Aterro, em 1891, que também “só” destruiu o Forte dos Açouges que defendia a entrada do Cais Velho.
Nada contudo que se compare com a bárbara construção da Avenida Marginal, em meados do séc. XX, que destruiu toda a orla marítima da cidade, do Castelo de S. Brás a S. Pedro, arrasando-se o Cais do Corpo Santo, o Cais da Sardinha, o Aterro, o Recolhimento da Trindade, o Solar e a Ermida de Santa Luzia, o elegante e pitoresco Cais Velho, toda a muralha do Calhau do Laguim, o Forte e Cais de S. Pedro e mais recentemente o porto da Calheta de Pêro de Teive.
Como se não bastasse toda esta destruição, tudo foi substituído por edifícios de qualidade duvidosa, de estética infeliz, quando não de volumetria excessiva, retirando toda a harmonia e equilíbrio que existia na antiga orla marítima da cidade.
Este verdadeiro “cataclismo urbanístico” surge pela vontade de afirmação política do regime do Estado Novo, saído incólume e endinheirado da 2ª Guerra Mundial e temeroso da influência das democracias ocidentais no país e neste caso nos Açores. Suas Ex.ªs sentiram uma necessidade imperiosa de fazer obra. E obraram mesmo…
O novo aterro, agora em construção, por ficar a uma cota mais baixa do que a actual Avenida, poderia ter sido menos destruidor mas chegou com mais de 50 anos de atraso. Também agora pouco importa. Já pouco ou nada resta para destruir!
Toda a memória do que foi a luta dos habitantes de Ponta Delgada com o agressivo e imprevisível mar açoriano se apagou, destruindo-se tudo o que nos fizesse recordar o que foi a sua tempestuosa relação com o mar!
Mais uma vez os inconfessáveis interesses da política se sobrepuseram aos interesses da cidade e dos seus habitantes!
Todos os regimes, em todas as épocas, se têm “prestigiado” com a sua dose de destruições. Em diferentes tons e em diferentes escalas.
O liberalismo monárquico “prestigiou-se” destruindo-nos Ermidas, Igrejas e Conventos. A Ditadura de Salazar “prestigiou-se” destruindo-nos toda a orla marítima da cidade.
A 1ª Republica, em permanente situação de confusão politica e de bancarrota, não nos pode presentear com uma destruição decente. Limitou-se a alterar a toponímia de muitas ruas da cidade, algumas das quais felizmente já corrigidas.
A eternamente jovem 3ª Republica também se “prestigiou” com algumas destruições, já menos numerosas, suponho eu que por manifesta falta de matéria-prima. Destruiu o porto da Calheta de Pêro de Teive e o solar do séc. XVIII da Rua do Calhau. Ultimou a destruição da Igreja e Convento da Graça. Transformou o único Mercado rústico da cidade, outrora arborizado e arejado, numa espécie de circo ou de pagode, aberto à chuva no Inverno, tórrido no Verão, escuro e tristonho 24 horas por dia. Destruiu também, sem necessidade e sem contemplações, os granéis do Barão de Fonte Bela, na Rua do Castilho.
Devemos congratular-nos, contudo, com a atitude de V. Ex.ª, Sr.ª Presidente, de não ter querido “prestigiar-se” com a destruição do Coliseu, o loteamento do Jardim António Borges ou a transferência da Igreja da Matriz para a periferia, tal como já fizeram com a Ermida da Trindade, para promover a valorização do centro da cidade!
Agradeço-lhe, Sr.ª Presidente, esta distinção com que me premeia, quer promovendo esta publicação quer também pelas palavras amáveis com que a apresentou.
Devo acrescentar, pedindo-lhe que o aceite como um elogio, que V. Ex.ª, sem fundamentalismos e com uma tolerância e fair-play notáveis, muito mais saxónica do que latina, não parece ser portuguesa nem pertencer à classe política deste país, normalmente arrogante e avessa a toda e qualquer crítica, quaisquer que sejam as intenções de quem critica!
Um agradecimento muito sensibilizado ao Professor Carlos Riley, pela sua condescendência em prefaciar e apresentar uma obra tão modesta, fruto da curiosidade dum mero amador. Apesar de todo o rigor que põe nos seus trabalhos, no prefácio do livro comete uma inexactidão, amável e voluntária, ao colocar-me em paralelo com nomes ilustres da historiografia regional. Se algum mérito este livro pode ter, a eles se deve e não a mim que não possuo qualificações para tal e me limitei a compilá-los para elaboração deste trabalho.
À Sr.ª Dr.ª Carmo Rodeia, também agradeço o seu papel na coordenação e os conselhos que levaram a esta publicação.
Ao Sr. Arquitecto Pedro Garcez pelo excelente trabalho gráfico em que se empenhou com tão elevado gosto artístico e sentido estético.
Devo um especial agradecimento ao Dr. João Nuno Almeida e Sousa, que pelo seu entusiasmo e bons contactos, teve um papel relevante na publicação deste trabalho.
Guardo o meu último agradecimento a todos os que me distinguiram com a sua presença que só se justifica pela sua amizade e não pela qualidade do trabalho que acaba de ser apresentado.
Se eu tivesse uma réstia de vergonha não estaria agora aqui. E se quem me ouve se apercebesse do nível dos meus conhecimentos seguramente não estaria também aí.
O meu muito obrigado a todos.
Carlos Falcão Afonso
Foi ontem que ouvimos estas palavras do meu Pai.
Ouvi-as emocionada e orgulhosa, porque era o meu Pai que ali estava, igual a si próprio como todos o conhecemos, frontal, mordaz, genuinamente contente por ter junto dele muitos de quem muito gosta, e sempre com a sua pitada de humor (e ainda bem, porque mal disposto conhecem-no poucos, e não vale a pena).
Diz ele repetidamente que o trabalho que aqui começou não era para ser livro e se destinava a nós, seus filhos.
Felizmente assim não foi, porque creio que todas as gerações – a minha, as que me antecedem, e as que virão – terão todo o interesse em conhecer o que foi Ponta Delgada e o que lhe fizerem.
A todos os que permitiram este livro – não vou repetir quem são, porque eles sabem-no e estão já claramente identificados nas palavras do meu Pai – e em especial a todos os bloguers, comentadores e "voyeurs" de blogues que por cada dia que aqui passaram, pelo que comentaram, pelo que conversavam connosco, permitiram o entusiasmo para o virar de mais uma esquina para a rua seguinte de Ponta Delgada.
É desta forma que me despeço da blogosfera, com um muito obrigada a todos os que nos visitaram, comentaram, elogiaram (ou nem por isso).
Eu vou aparecendo por aí em caixas de comentários.
Foi ontem que ouvimos estas palavras do meu Pai.
Ouvi-as emocionada e orgulhosa, porque era o meu Pai que ali estava, igual a si próprio como todos o conhecemos, frontal, mordaz, genuinamente contente por ter junto dele muitos de quem muito gosta, e sempre com a sua pitada de humor (e ainda bem, porque mal disposto conhecem-no poucos, e não vale a pena).
Diz ele repetidamente que o trabalho que aqui começou não era para ser livro e se destinava a nós, seus filhos.
Felizmente assim não foi, porque creio que todas as gerações – a minha, as que me antecedem, e as que virão – terão todo o interesse em conhecer o que foi Ponta Delgada e o que lhe fizerem.
A todos os que permitiram este livro – não vou repetir quem são, porque eles sabem-no e estão já claramente identificados nas palavras do meu Pai – e em especial a todos os bloguers, comentadores e "voyeurs" de blogues que por cada dia que aqui passaram, pelo que comentaram, pelo que conversavam connosco, permitiram o entusiasmo para o virar de mais uma esquina para a rua seguinte de Ponta Delgada.
É desta forma que me despeço da blogosfera, com um muito obrigada a todos os que nos visitaram, comentaram, elogiaram (ou nem por isso).
Eu vou aparecendo por aí em caixas de comentários.
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