quinta-feira, janeiro 29, 2004

E mais uma para o Atlântico

Hoje deu-me para aqui.
Os açoreanos por vezes são rápidos e outras vezes são lentos .
Uma coisa é certa: são diferentes. Mas será que fizeram bem?
Opinou-se aqui, aqui, aqui.
Ainda estou à espera que se opine aqui.
Aqui apenas se dirá que no primeiro caso acho que fizeram bem.
As declarações para memória futura estão previstas na lei, para casos como estes pelo que, ainda que com todas as reservas que lhe possam ser levantadas - pois é verdade que não será fácil assegurar convenientemente o patrocínio e defender convenientemente sem o pleno contraditório das testemunhas - se for para fazer justiça devem ser utilizadas.
Quanto ao silêncio, os advogados nada mais fizeram do que o que lhes competia.
Já na política não me parece que estejam tão bem. Mais do que uma verdadeira comunhão de ideias e ideais, esta coligação parece-me uma amálgama de gente com sede de poder.

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quarta-feira, janeiro 28, 2004

Pico

Eu fui ao Pico, piquei-me,
Ai sim piquei-me, piquei-me lá num silvado.
Nunca mais eu vou ao Pico,
Ai sem o Pico, sem o Pico ser podado.

Eu fui ao Pico, piquei-me,
Ai sim piquei-me, piquei-me lá num picão.
O pico nasce da silva,
Nasce da silva e a silva nasce do chão.

Ó meu amor nada, nada,
Ó meu amor nada, nada, nada não.
Nada trago em meu peito,
Ai em meu peito, de que te faça quinhão.

Ponha aqui o seu pézinho,
Ai ponha aqui, ponha aqui, que não faz mal.
Que esta moda do pézinho,
Ai foi do Pico, foi do Pico pr´ó Faial


Será que eles agoram picam o ponto e passam a Património Mundial?
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Encontros...

É sempre agradável encontrar um açoreano aqui por terras do Continente.
Um dedo rápido de conversa e ficamos logo saudosos, nostálgicos...

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terça-feira, janeiro 27, 2004

One

Is it getting better, or do you feel the same?
Will it make it easier on you, now you got someone to blame?
You say one love, one life, when it's one need in the night.
One love, we get to share it
Leaves you baby if you don't care for it.

Did I disappoint you or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love and you want me to go without.
Well, it's too late tonight to drag the past out into the light.
We're one, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other... one

Have you come here for forgiveness,
Have you come to raise the dead
Have you come here to play Jesus to the lepers in your head
Did I ask too much, more than a lot
You gave me nothing, now it's all I got.
We're one, but we're not the same.
Well, we hurt each other, then we do it again.

You say love is a temple, love a higher law
Love is a temple, love the higher law.
You ask me to enter, but then you make me crawl
And I can't be holding on to what you got, when all you got is hurt.

One love, one blood, one life, you got to do what you should.
One life with each other: sisters, brothers.
One life, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other.
One, one.


(U2)
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Tento resistir...

...a pensar nos crimes do Estado (leia-se, Ministério da Justiça).
Não consigo, mas contenho-me aqui na escrita.

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Foi inevitável...

...pensar e falar em Morte, nos últimos dias.
A morte de Miklos Fehér impressionou-me, como terá impressionado a tantos outros.
Porque era um jovem e morreu diante de todos nós, depois de um sorriso.
Porque era um jovem atleta e deles contamos que irradiem saúde.
Porque era um jovem e nem ele, nem os outros, conseguiram fazer algo pela sua vida.
Porque nos fez pensar em tantos quantos, com a mesma juventude, com o mesmo golpe fulminante, com a mesma brutalidade, enfrentam a morte.
No meio destas sensações e das manifestações de pesar muitas questões se colocaram e discutiram.
Uma delas: Será esta que esta morte deve suscitar tanta indignação e merece que lhe dediquemos mais atenção do que tantas outras nas mesmas ou em piores condições?
Evidentemente que não. Mortes como esta, ou piores ainda, acontecem todos os dias e deviam chocar-nos tanto ou mais do que esta.
Mas, em directo ou em diferido (e neste caso exageradamente), nós vimos o sorriso e a queda. Nós vimos a fragilidade que há em todos nós. E vimo-lo em alguém que todos, ou quase todos, sabíamos quem era.
Assistirmos à morte ou conhecermos quem ela vitima torna-nos, obviamente, mais sensíveis à situação.
Outro facto que foi muito realçado foi a união e a dimensão das manifestações. Não sei qual o espanto pois estranho seria que na morte existissem clubes, partidos, religiões...
E outra questão foi a das causas e das culpas. Qualquer morte exige que se procurem (e apurem) causas e, a existirem, culpados.
Mas era preciso tanta especulação, mesmo antes do corpo arrefecer?
Que é útil que se medite, pondere, planeiem e executem todas as medidas de segurança que devem existir em estádios de futebol, isso eu não discuto.
Mas que se passe horas a debitar verborreia nas televisões e jornais sem que depois se venha a fazer efectivamente algo, isto sim, enoja-me.
Meu senhores...não "palreiem", façam!

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domingo, janeiro 25, 2004

Memória...




Uma petição aqui.

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Marte...

Eu bem procurei ver se os comentários se tinham perdido por lá, mas ainda não consegui visioná-los...


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E de bisextos percebem eles...

O TEMPO FOGE...
O aumento da velocidade de rotação da Terra eliminou a necessidade de
introdução de um segundo bisexto em 2003.

A maior parte de nós ouviu falar de anos bisextos, mas sabia que existem
segundos "bisextos"? Tal como os anos bisextos, os quais permitem dar conta
dos 365,24219 dias que a Terra leva a completar uma órbita em torno do Sol,
os segundos bisextos são necessários para ajustar o tempo que o nosso planeta
leva a completar uma revolução em torno do seu eixo. Ora no ano de 2003 e
nos quatro anos anteriores, não foi necessário introduzir essa correcção
porque o nosso planeta tem vindo a rodar mais depressa.

Um segundo bisexto é um segundo adicionado à escala de tempo designada por Tempo
Universal Coordenado (UTC) para que esta coincida (a menos de 0,9 segundos)
com o tempo astronómico, o qual é baseado na rotação da Terra. UTC deriva de
relógios atómicos. Ao contrário da Terra, estes relógios não variam e por
isso é necessário utilizar segundos bisextos para manter as duas escalas em
concordância. Presentemente, a diferença entre tempo astronómico e UTC varia
à razão de 2 a 3 milisegundos por dia. Isto faz com que seja necessária a
introdução de um segundo bisexto ao fim de aproximadamente um ano. Só desta
forma se garante que o dia solar (que é definido astronomicamente) continua a
ter 24 horas (medidas pelos relógios atómicos).

O primeiro segundo bisexto foi introduzido em 30 de Junho de 1972. Depois
disso, os segundos bisextos têm sido introduzidos a 30 de Junho ou a 31 de
Dezembro. Quando isto ocorre, a sequência de eventos é: 23h59m59s...
23h59m60s... 00h00m00s, ou seja 23h59m60s é o segundo introduzido.

Desde 1999 que não foram introduzidos segundos bisextos. A razão é o aumento
da velocidade de rotação da Terra. Em geral, movimentos no núcleo da Terra,
o efeito de marés oceânicas e perturbações atmosféricas, e alterações na
forma da Terra têm afectado a velocidade de rotação da Terra, sendo a
tendência no sentido de uma diminuição da velocidade. Contudo, aconteceu o
contrário nos últimos cinco anos.

A rotação da Terra tem sido o relógio primário que serviu para calibrar os
outros relógios durante quase toda a história da humanidade. Só nos últimos
50 anos é que construímos relógios suficientemente precisos com capacidade
para detectar e medir variações da rotação da Terra.


(Adaptado de "Astronomy" pelo Observatório Astronómico de Lisboa Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)

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O ADN deste blogue é...

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Não foi tarde?

Já aqui me disseram (em comentário...lá está, pego na deixa porque o comentário existiu) que eu devia dar ouvidos aos ensinamentos populares.
Creio que o dito "mais vale tarde do que nunca" é um desses ensinamentos. (espero que quem comentou deixe a sua deixa a propósito disto).
Pelos vistos não sou a única que deveria tar ouvidos a esses ensinamentos.
Não sei se é porque são americanos ou se é porque são militares mas eles não deram certamente ouvidos e garantiram, cedo, o contrário do que agora, tarde, vêm admitir.




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E mais um apelo

Vi este apelo em blogues por onde vou.
Porque todos, ou quase todos, já conhecemos ou enfrentámos sinistros destes.
Porque todos, ou quase todos, dos que aqui vêm, já me leram a "debitar" sobre este tema.
Aderi.



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Literatura

Este texto recebi por e-mail e achei que não podia deixar de partilhá-lo.



"Confrontados com o baixo nível das conversas da juventude portuguesa
decidimos dar o nosso contributo. Compreendemos que ninguém tem tempo e
que, quando o há, temos coisas mais engraçadas que fazer do que ler um
livro, por muito bom que ele seja. Ver vídeos, dar uma volta,
embebedar-se, pecar em geral, são de facto actividades mais divertidas e mais
rápidas.
Por esta e outras razões pomos a nossa extensa cultura ao serviço de
todos os ignorantes que nos lêem. Para poupar tempo e dinheiro aqui estão
alguns tesouros da literatura universal em poucas linhas e ao alcance de
qualquer besta.

1) Marcel Proust. À Ia recherche du temps perdu. Paris, Gallimard. 1922
(I.ere edition) - À procura do tempo perdido. Livros do Brasil Colecção
Dois Mundos). 1965
Resumo: Um rapaz asmático sofre de insónias porque a mãe não lhe dá um
beijinho de boas-noites. No dia seguinte (pág. 486. I vol.), come um
bolo e escreve um livro. Nessa noite (pág. 1344. VI vol.) tem um ataque de
asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos.
Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão todos muito veIhinhos e pronto.

2) James Joyce. Ulysses. Paris, Shakespeare Co.. 922 - trad. portuguesa
(obrigatório dizer e é má) de João Palma-Ferreira. Resumo: Um dia na vida de um judeu chamado Bloom que vai cagar no primeiro capítulo. Um estudante chamado Daedalus masturba-se na praia. O judeu bebe uns copos e fala com o sapato. A mulher do judeu (que é cantora) lembra-se de como fornicou o dia todo com o seu amante. Termina com a palavra «Sim», prova indiscutível de que se trata de um livro inteiramente positivo.

3) Júlio Dantas, A Ceia dos Cardeais, Lisboa, Lello, 1908 - tradução
portuguesa de David Mourão-Ferreira. Resumo: Era uma vez três cardeais. Um era português, o outro espanhol e o outro francês. Estavam a jantar no Vaticano e lembraram-se de comparar engates. O francês tinha muita lábia, o espanhol muita basófia mas o
português é que a sabia toda. No fim, os outros baixaram a bola e reconheceram como é diferente (e melhor) O amor à portuguesa. Ou, como disse no fim o cardeal inglês. «Portuguese do it best».

4) Leão Tolstoi, Guerra e Paz, (1800 páginas)
Resumo: Um rapaz não quer ir à guerra e por isso Napoleão invade Moscovo. A rapariga casa-se com outro. Fim.

5) Luís de Camôes, Os Lusíadas (várias edições), versão portuguesa de João de Barros)
Resumo: Um poeta com insónias decide chatear o rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa porreiraça), têm o justo prémio numa ilha cheia de gajas boas.

6) Gustave Flaubert, Madame Bovary, (378 páginas)
Resumo: Uma dona de casa engana o marido com o padeiro, o leiteiro, o carteiro, o homem do talho, o merceeiro, e um vizinho cheio de massa. Envenena-se e morre.

7) William Shakespeare, Hamlet, Londres, Oxford Press
Resumo: Um príncipe com insónias passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada que entretanto se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com urna caveira e morre, assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que se tinha suicidado.

8) Anónimo colectivo, Antigo Testamento (2 vol.)
Resumo: A mesma história tem dezenas de versões. Trata-se da saga de uma família através de várias gerações. Uma história de poder, luxúria, paixões incandescentes, ambições desmedidas, crimes hediondos e sexo.

9) Anónimo colectivo. Novo Testamento (4 versões)
Resumo: Uma mulher com insónias dá à luz um filho cujo pai é uma pomba. O filho cresce e abandona a carpintaria para formar uma seita de pescadores. Por causa de um bufo, é preso e morre."


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Mais uma distracção

Nem só a blogosfera me distrai.



Fui ouvi-lo no Jardim de Inverno do São Luis. "Outras Canções" de Sérgio Godinho, Chico Buarque, Caetano Veloso, Jorge Palma, Alfredo Marceneiro, Trovante, Clã e outros que mais muito bem interpretadas num ambiente e serão muito agradável. Obrigada Rui.

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Tê-los ou não tê-los....eis a questão?

Antes da minha azáfama com outras coisas (trabalho, essencialmente durante a semana, e prospecção de mercado para outras - um carro e um dvd - e para um pouco de distracção também, isto aos fins de semana) estive sem vir aqui porque não tinha sistema de comentários.
Os sistemas que sucessivamente fui instalando pregaram-me partidas e desapareceram. Com eles, os comentários de quem se dá ao trabalho de aqui vir, de ler e, sobretudo, de comentar.
Em alguns blogues expuseram-se opiniões, opiniões, opiniões e opiniões, sobre esta questão: ter ou não ter comentários.
Quando este blogue nasceu a existência, ou não, de sistema de comentários e dos ditos era-me indiferente.
Mas a existência de comentários daqueles que me são próximos e que me conhecem foi o que alimentou este blog, porque me estimulou a mim e porque aproximou pessoas de quem eu gosto muito, como o meu pai e um amigo que já tinham ouvido falar um do outro e estabeleceram o seu "primeiro contacto imediato" (e de primeiro grau) no sistema de comentários.
Podiam "comentar" por outros meios, de outras formas, mas fizeram-no aqui o que foi muito mais agradável porque permitiu que se exprimissem de forma imediata, estabelecendo comigo e com todos os que leêm uma ponte para a exposição de "pensamentos", opiniões, piadas....enfim...tudo o que lhes vem à cabeça.
Outro ponto positivo do sistema: foram os comentários que me deram a conhecer alguns bloguers e os seus blogues.
Para mim, e se tudo continuar como até aqui, este meu blogue não faz sentido se não tiver sistema de comentários e se não tiver comentários de quem me habituou a eles.
Este blogue é meu e nessa medida é para mim e é-o um misto de distracção e de desabafo.
Mas este blogue é essencialmente para alguém que me lê. Este blogue é - e assim se tem mantido - uma ponte, sobretudo para quem está distante de mim. Se eu escrevesse nuns papéis de rascunho esse alguém nunca os iria ler. Se eu falasse tudo o que aqui escrevo a TMN agradeceria.

PS(Anárquico) - Enquanto escrevo isto o sistema de comentários está a a dar erro e o meu pai não consegue comentar. Grrrrrrrrrrrrrrr

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Um regresso e uma chegada

Estive ausente desta página por falta de disponibilidade mas queria agradecer a todos os que reclamaram a ausência (aqui ou fora daqui).
Continuo a visitar-vos e a ler-vos (aos que aqui vêm e aos que não vêm) e fiquei muito contente por ver chegar à blogosfera mais um amigo.
Bem vindo João Nuno.

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sexta-feira, janeiro 16, 2004

E novamente ao ar...

O sistema de comentários voltou a desaparecer. Terá ido para Marte?
Depois de algumas voltas (aqui na Terra) ainda não consegui resolver o problema.
Vai daí...no comments...and no posts.

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domingo, janeiro 11, 2004

E no Jazz

Não teria sido preciso o teste, mas

Miles Davis
Voce seria Miles Davis (1926-1991). Talvez o mais
controverso jazzmen de sempre, com uma carreira
que durou 50 anos, Miles Davis esteve presente
em quase todas as tranformacoes no jazz,
mantendo sempre o seu modo introspectivo e
melodico de tocar.


Que Artista de Jazz Seria Voce?
brought to you by Quizilla

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E o Peixe Graúdo é...

..alguém que nasceu entre 19.02 e 20.03 e tem, pelo menos, 1,75m de altura.
Convinha esclarecer o Nuno sobre o que eu pensava quando não me defeni como peixe, mas assumi-me como graúda.
Mas é certo que há outro Peixe Graúdo e ele anda aí (preso ou solto).

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sábado, janeiro 10, 2004

Jogar MESMO às cartas

Não é preciso estarmos em Ponta Delgada para ouvirmos piadas que se lêm na noticia do Público com o título E o Peixe Graúdo? Questiona a População.
Também eu, aqui a cerca de 1500km de distância (acho que o GPS indica 1434, mas isso depende de estar em Ponta Delgada ou em outra ponta da ilha), já fui alvo das piadas: "Então ainda cá estás?".
Para melhor esclarecimento aqui fica:
Sou graúda, mas não sou peixe.
Gosto de crianças mas não sou pedófila.
Para a semana vou a São Miguel, mas não tem nada a ver com o processo que agora, também lá, é noticia.
Hoje vou para um serão que incluirá uma partida de cartas, mas não é numa garagem.
Os restantes jogadores são todos adultos!
Esclarecidos?

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O silêncio, ou não?

Com a publicação de notícias relativas à existência de cartas anónimas envolvendo, entre outros, o Sr. Presidente da República, que foram juntas ao processo Casa Pia e aos processos de investigação para identificação dos suspeitos (com a exibição de fotografias, sobretudo de figuras socialistas, às alegadas vítimas), voltou à discussão a questão do segredo de justiça e do confronto deste com a liberdade de imprensa.
Uma boa análise está nas palavras de Miguel Sousa Tavares ontem escritas no Público.
O dever de guardar o segredo de justiça (até uma certa fase do processo) está consagrado na lei, não só para todos os envolvidos no processo como para todos os que dele venham a ter conhecimento. A lei é, pois, igual para todos.
É evidente que os primeiros a violarem-no são os envolvidos: juizes, ministério público, polícias criminais, advogados e arguidos (a ordem aqui enunciada é arbitária).
E também é evidente que estes o fazem para servir certos interesses: para credibilizar a actuação prévia à acusação (a investigação propriamente dita e as prisões ou outras medidas de coacção eventualmente decretadas) ou a própria acusação ou para destruirem tal credibilidade.
Como só existe o dever de guardar segredo de justiça até uma certa fase do processo, é notório que é inevitável que os factos que hoje não podem revelar-se mais tarde vão poder sê-lo.
Mas isso não legitima que se viole o segredo de justiça antecipando a divulgação dos factos por ele abrangidos, pois tal raciocínio conduziria a que se legitimasse o homicidio por este antecipar o que inevitavelmente acontecerá a cada um de nós.
Não concordo, por isso, com a distinção das "fugas e fugas".
A lei é igual: tudo o que for divulgado em determinada fase é violação do segredo de justiça.
E seja por quem for, envolvidos no processo ou jornalistas.
Estes últimos debatem-se porém com um conflito. O dever de silenciar e o dever de informar.
E o problema reside quando os factos não podem ser silenciados, porque dizem respeito a cada um de nós e porque se reportam a situação que não deviam acontecer: inclusão de cartas anónimas no processo, métodos de investigação duvidosos e cujos critérios desconhecemos.
A este propósito Miguel Sousa Tavares formula duas perguntas:
"O que é grave aqui - que a imprensa divulgue que estão juntas ao processo cartas anónimas que visam envolver, sem qualquer fundamentação, um rol de cidadãos que chega ao Presidente da República, ou que tais cartas tenham efectivamente sido juntas ao processo? Que se divulgue que a acusação andou a mostrar uma selecção pessoal e aleatória de fotografias de "notáveis" às vítimas, com vista à sua eventual incriminação "caída do céu", ou que isso tenha realmente sucedido e tenha sido assumido como critério de investigação aceitável?".
Quanto à primeira eu responderia que o que é grave é as cartas terem sido efectivamente juntas ao processo, devendo todos nós ter conhecimento desse facto.
Mas o jornalista poderia ter divulgado apenas este facto, sem indicar a quem se referiam as cartas. A identificação do Sr. Presidente da República, ou de outras personalidades, evidencia o interesse que a notícia serve: o da defesa.
E o jornalista também podia ter divulgado esse facto apenas após terminar a fase em que o processo está em segredo. Ao antecipar a notícia, quem também seria inevitável, é notório o interesse que se serve: o furo jornalistico e as audiências (neste caso, tratando-se de um jornal, os leitores) que deste resultam.
Quanto à segunda a resposta é idêntica: o que é grave é a falta de critérios na selecção dos métodos de identificação de suspeitos (fotográficos, ou outros). Mas mais uma vez, a notícia deste facto nesta fase apenas serve a defesa e a empresa jornalística.
Estando estruturada a acusação, deixem pois estruturar a defesa e depois, sem estar ao serviço de uma e outra, dêm-nos conta do relevante srs. jornalistas.

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75 anos e tão jovem


Faz hoje 75 anos que nasceu Tim-Tim.
Em 10 de Janeiro de 1929 foi publicada a primeira aventura desta personagem (e seus companheiros de "route") no suplemento do jornal belga Le Vingtième Siècle.
Depois disso Hergé criou e publicou muitas outras aventuras deste herói que hoje chegam aos 200 milhões de exemplares publicados em todo o mundo.
Parabéns Tim-Tim.

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A cunha ou o agradecimento

"Quem está no poder esquece-se muitas vezes de quem o ajudou e houve gente que me ajudou e nem sequer estão em cargos públicos.".
Disse-o Santana Lopes, no jantar comemorativo de dois anos de mandato em que reuniu os apoiantes da campanha para as autárquicas de 2001.
Afinal sempre se assumem as cunhas e as suas recônditas razões. Não é mérito de quem beneficia dela, como sabíamos. É agradecimento a eles apenas.
Só que como os lugares públicos não chegam para todos, alguns vão para lugares privados.


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Como respiramos

Parece que a Guarda vai ter a qualidade do seu ar certificada..
O que me espanta é pensar que numa cidade portuguesa afinal respira-se bem. Mesmo com os incêndios. Mesmo com a crise económica. Mesmo com este Governo.
Será isto - o anúncio da certificação do ar, seja lá onde for - um golpe de rins (leia-se, de pulmões), para recebermos mais uns fundos destinados à cobertura de custos necessários ao cumprimento do Protocolo de Quioto?
Sim, porque nós em Portugal, como estamos na UE, não somos daqueles grandes (os verdadeiros poluidores) que se escaparam ao Protocolo. Mas lá que temos ginástica para golpes (de rins, ou do que seja), temos!
A avaliar pelo nosso "gordo" orçamento, e respectivas dotações, não teremos certamente grande preocupação em assumir custos. Aposto que estratégia será: "não podemos assumir porque não temos como". Logo, venham os fundos!

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Cá estou eu

Para (suponho) satisfação de alguns.
Para (sei) desprezo de outros.
Para (admito) indiferença de muitos,
voltei, por isso vão ter de me "gramar"!

O Natal foi a época nostálgica de sempre, mas que soube - como, quase sempre sabe - bem.
O Ano Novo chegou, com o balanço do ano anterior, a comoção na hora da passagem (e uma hora depois, quando em São Miguel se mudava o calendário) e os pensamentos centrados nos objectivos e anseios para o ano que chega.
Para todos um melhor Ano de 2004.
Desejava que neste blog se deixasse de pensar e escrever em muito do que já se pensou e escreveu.
Mas nem eu nem o Mundo mudaram.
Mas a blogosfera mudou.
Pelas poucas paragens que fiz constatei que infelizmente vamos deixar de ler o Luis Borges no Desejo Casar. Tenho pena, mas espero lê-lo ou ouvir o que escreve em outras paragens.
Mas se uns partem, outros regressam, e outros chegam.
Fiquei contente por saber que um velho amigo aderiu a esta moda. Era alguém que fazia falta e que vale a pena ler.

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