segunda-feira, setembro 29, 2003

Observo

Às segundas ou às terças-feiras tenho a obrigação de "blogar".
Não, não é escrever. É observar os "blogs" aonde vou (e aonde não vou) para dá-los a conhecer a certos inexperientes (e a alguns experientes e culpados de eu aqui estar) nestas andanças numa rúbrica a publicar em domínio reservado (intranet) baptizada de "Blogada".
Hoje já "bloguei" e já escolhi (não vou dizer qual, mas está ali--------------------------------------------->
Observo por gosto (não fora a obrigação e observaria na mesma) mas hoje fico-me por aqui.
Não vou escrever, apesar de me apetecer responder a alguns pensamentos que aqui foram lançados, mas tenho tempo...

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domingo, setembro 28, 2003

O fraque e as rifas

Ando há uns dias a matutar num tema para o qual ainda não tinha reunido a inspiração suficiente.
Não que hoje me sinta particularmente mais inspirada, mas é para aproveitar a pausa no trabalho que aqui venho debitar um pouquinho.
E é sobre débitos, ou créditos, que venho debitar.
Á margem da lei nasceu uma figura curiosa para a cobrança de créditos:"o cobrador do fraque". Senhor digníssimo que vestido de grilo lá estava destinado a perseguir os devedores para que estes, supostamente com a vergonha de terem alguém com tais vestes por detrás (e talvez com vergonha só de terem alguém por detrás) pagarem o que deviam.
Agora, ou melhor, em Março foi publicado, mas entrou em vigor agora (15.09), um novo regime do processo de cobrança coerciva (à força) de dívidas: é a chamada reforma da acção executiva.
Nessa reforma, que ando a estudar aos poucos, é figura de proa o Solicitador de Execução. São estes senhores (e senhoras) que vão passar a exercer grande parte das funções que antes eram feitas pelos Tribunais, tudo com o objectivo da celeridade: como no Tribunal as coisas "entopem", pode ser que o "outsorcing" a entidades externas permita que os processos andem mais depressa.
Ora, em conversa com uma Senhora Solicitadora de Execução vim a saber, entre outras coisas práticas e que ainda não li nas leis que ando a estudar. que os Senhores Solicitadores de Execução são socorridos nas suas funções por um programa informático (que provavelmente os funcionários judicais nunca tiveram, e ainda bem, porque não iriam certamente ter computadores suficientemente potentes para o por a funcionar, nem formação adequada para o efeito). Ao que percebi este programa informático dá alertas, faz cálculos e "esguicha" formulários...coloridos!
Ou seja, o Senhor Solicitador de Execução não vai ter de andar vestido de grilo a fazer citações e penhoras, mas vai ter de ter "rifas" no seu escritório, com tanta papelada às cores.
Ó meus senhores Solicitadores de Execução, eu sei que a reforma não é fácil de apreender e concretizar, sobretudo para vocês, mas toda a vida conheci os formulários do Tribunal (autos de citação e de penhora, por exemplo) brancos.
Será que o mais dificil na reforma é o acto de distinguir o formulário e por isso ele precisar de ter cores?

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E eu não aprendo

É titulo do Público de hoje "Trabalho Faz Cada Vez Mais Mal à Saúde"
Eu ainda não estou doente mas vou ler, reler e tresler este título para aprender...prometo.
O fim de semana foi-se....a trabalhar!

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A Marcha Branca

Depois do dia Sem (Com) Carros aderimos à moda da Marcha Branca contra a pedofilia, na senda da que começou em 1996 na Bélgica.
Ao contrário do dia Sem (Com) Carros, agora estivemos mesmo de Branco e, em Lisboa, pelo que vi na televisão e li, a adesão foi digna.
Concordo com este tipo de manifestações quando se visa alertar e consciencializar para um problema. Pelo que vi, alguns pais e avós só começaram a perceber a dimensão deste problema por causa da projecção pública do mesmo.
Não são como uma amiga minha que, ainda antes de se falar publicamente do processo judicial mais badalado neste momento no país, me dizia que, relativamente aos filhos, mais do que amizades desaconselháveis, insucessos nos estudos, drogas, o que verdadeiramente temia eram assédios pedófilos.
Assim, se apesar das badaladas notícias do caso "Casa Pia" e de anteriores notícias também sobre o tema, pais, avós e educadores não tinham consciência do mesmo..então força às "manifs".
Mas uma manifestação é, por definição, a manifestação de algo...de uma opiniões, de apoio a uma causa, de reivindicação de algo ou contra algo...enfim, é manifestação da nossa liberdade de expressão.
Neste caso, a organização da manifestação tinha proposto o "silêncio". Seria, ao que imaginei, uma manifestação de apoio a uma causa para a qual..."palavras, para quê?"
Contrariamente ao proposto os aderentes não silenciaram. Gritaram, exprimiram-se.
É certo que estão no seu direito...mas não o terão feito só porque estava uma câmara de televisão à frente?
E devia uma câmara de televisão emitir as imagens e o som de tais gritos, muitas vezes de apoio ou contra personagens de um processo judicial sem que se saiba o que aderente gritante sabe ou conhece de tais personagens e dos seus actos (eles, juiz e arguidos, estão "inocentes" até os seus actos serem apreciados pelo tribunal superior, no caso do juiz, e pela Boa-Hora, no caso dos arguidos).
É claro que para a estação televisiva é mais impressivo passar as imagens do que meramente relatar acontecimentos...
Os aderentes que passaram a figuras públicas (Pestana, Namora, Granja e outros) também não se escusaram de depor para os órgãos de comunicação social e de, inclusivamente (no caso de Namora e Granja), fazerem figuras patéticas de abraços e reconciliações, sem sequer se olharem olhos nos olhos.
Se o juiz do Caso Dutroux, na primeira Marcha Branca na Bélgica, ficou com a sua "imparcialidade" manchada porque aderiu àquela manifestação, as possíveis testemunhas do processo Casa Pia (se Granja e Namora forem indicados como tal), perderam toda e qualquer credebilidade com as imagens da sua presença na Manifestação Branca.
Teria sido preferível o silêncio...

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sábado, setembro 27, 2003

Uma pausa...

It's not time to make a change
Just relax, take it easy
You're still young, that's your fault
There's so much you have to know
Find a girl, settle down
If you want, you can marry
Look at me, I am old
But I'm happy

I was once like you are now
And I know that it's not easy
To be calm when you've found
Something going on
But take your time, think a lot
I think of everything you've got
For you will still be here tomorrow
But your dreams may not

How can I try to explain
When I do he turns away again
And it's always been the same
Same old story
From the moment I could talk
I was ordered to listen
Now there's a way and I know
That I have to go away
I know I have to go

It's not time to make a change
Just sit down and take it slowly
You're still young that's your fault
There's so much you have to go through
Find a girl, settle down
If you want, you can marry
Look at me, I am old
But I'm happy

All the times that I've cried
Keeping all the things I knew inside
And it's hard, but it's harder
To ignore it
If they were right I'd agree
But it's them they know, not me
Now there's a way and I know
That i have to go away
I know I have to go


Father and Son (Cat Stevens)

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quinta-feira, setembro 25, 2003

Gostei...

...das vitórias Portuguesas (e sobretudo da “verde”) na UEFA. Para começar não está mal, mas o problema é sempre o mesmo: como mantermo-nos na crista da onda?

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Não gostei nem gosto...

...da promoção gratuita e indiscriminada a favor dos genéricos que parece continuar com os resultados do estudo da Associação Nacional de Farmácias. Concluir que os genéricos “são melhores” ou “têm a mesma qualidade” dos medicamentos de marca parece-me tão genérico que chega a ser completamente vazio de conteúdo. Banalidades para quê?

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Duvido...

...da eficácia do fecho de salas de chat da Microsoft, por esta, com o fim de contribuir para menos um meio ou canal de prática de crimes de pedofilia. Como medida de defesa da Microsoft, até estou a ver o interesse deles (e as razões). Mas para evitar que as crianças sejam vitimas de contactos perniciosos na “Internet” não seria melhor os paizinhos das crianças educarem e vigiarem os seus filhos, cumprindo com o dever moral, ético e legal que lhes assiste?

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Se já sabia agora tenho mesmo a certeza...

...que o que está a dar é ser notícia! Lamento que trágicos acidentes de viação ocorram, como o que se verificou com a colisão frontal na A3. Mas se este acidente foi igual a tantos outros e tão chocante como outros (por acaso, conheço uma situação que me parece bem mais chocante, pois o condutor que provocou o acidente era agente de autoridade e estava alcoolizado), porque é que os políticos, e as entidades que deles dependem (Sr. Secretário de Estado e Direcção Geral) se envolveram directamente? Porque houve projecção pública do caso. De facto, ficar calado não é solução...

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Estou farta...

....das bombas no Iraque e de ler notícias que no plano nacional batem e rebatem no tema Justiça e o sistema judiciário. E é que nada muda...

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terça-feira, setembro 23, 2003

Afinal já não é o que era

Tinha ouvido falar de uns temores sobre o facto de as notas de euro conterem estupefaciente.
Mas afinal não era coca! Está tudo bem..
Colocada a questão à Comissão que agora manda em nós - sobre as notas de €, que se rasgam e amarrotam, quicá por menor espessura ou qualidade do papel ou até falta de "coating" (segurem os queixos...não é o casaco da nota, mas a camada de verniz que a envolve) - lá veio um senhor Comissário defender a sua dama.
Se é da qualidade eu não sei, mas que o € voa mais do que o nosso velho $, lá isso voa...

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segunda-feira, setembro 22, 2003

Ridículo

Ridículo é...

...a forma de assinar o Dia Europeu Sem Carros em Lisboa!
Afinal o centro intransitável resumiu-se a um centro que deve ter sido o centro há dois séculos atrás. Desta vez o “meu centro” não foi afectado, e nem dei pela efeméride...

Ridículo é...

...poder transitar-se de Carro em quase toda a Lisboa no Dia Europeu Sem Carros e serem grátis os transportes públicos. Será que dá direito a desconto nos passes?

Ridículo é...

...a forma como a Câmara Municipal de Lisboa anunciou e explicou no seu domínio (“site”) o que se ia passar no Dia Europeu Sem Carros na cidade de Lisboa. Se fosse obra feita ou a anunciar fazer ou obra compulsiva lá teríamos um “outdoor”....

Ridículo foi...

...eu ter-me preocupado porque hoje ia ser o Dia Europeu Sem Carros!

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domingo, setembro 21, 2003

Complicações

Odeio machismo mas tenho de confessar que por vezes tenho de dar a mão à palmatória.
"Nenhuma situação é tão complicada que uma mulher não possa piorar." (li como sendo de Tom Jobim, o que desconfio).
Mas porque raio é assim?
Dirão uns que lhes está na natureza, dirão outros que é feitio (mas aí seria feitio generalizado, sem que os astros, a educação e a vivência fizessem qualquer diferença).
Só me alegra saber que há excepões que confirmam a regra....e que estou nesta vida para aprender (e descomplicar...)

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sábado, setembro 20, 2003

Um começo...

Como tudo na vida, um "blog" tem um começo.
Este é o começo deste "blog".
Curioso que, por vezes, não me lembro como começaram certas coisas na vida.
Não me lembro do dia em que nasci, nem das primeiras palavras, do primeiro sorriso ou da primeira birra, e nem sequer me lembro dos primeiros passos (estes felizmente ficaram registados fotograficamente).
Do primeiro dia de escola e da primeira amiga tenho uma reminiscência vaga, mas talvez seja pelo que a minha mãe conta.
Também não me lembro do primeiro brinquedo ou da primeira boneca com que brinquei, do primeiro livro que folhei ou li, da primeira música que ouvi ou cantei, do primeiro passeio que dei, das primeiras pedaladas numa bicicleta, da primeira viagem de avião, da primeira ida ao cinema, da primeira ida à praia, do primeiro cigarro que fumei, da primeira casa onde vivi....
Mas lembro-me de alguns dos primeiros dias daqueles em que a minha vida teve sobressaltos ou mudou de rumo: quando enfrentei as primeiras mortes próximas, quando mudei de terra (e, nessa altura, de casa, escola e amigos), de habilitações (porque terminei o último exame oral na faculdade), ou de estado civil, quando iniciei a labuta no meu primeiro dia de trabalho. Felizmente não tenho tumultos de saúde graves para lembrar, mas lembro-me do dia em que tive as dores fí­sicas mais fortes que alguma vez senti.
E também me lembro de quando vi e estive pela primeira vez com as pessoas que hoje são as minhas melhores amigas (em que não tive, nesses dias, prazer em conhecê-las e hoje agradeço por terem existido tais dias), do primeiro amor, do primeiro beijo, da primeira ida ao estrangeiro, do meu primeiro dia na "minha" casa, da primeira aparelhagem de som, do primeiro carro, do primeiro computador.
Enfim,é verdade que hoje as tecnologias vão permitindo que registemos muitos dos primeiros dias das nossas vidas em tantas experiências, colmatando aquilo que a memória não nos permite (ou que nãoo queremos que permita) lembrar. Mas nada como registar na nossa memória, na nossa alma, cá dentro, as recordações.
O começo deste "blog" fica aqui registado. Na minha lembrança ficará certamente muito mais do que este registo.
Bem vindos!

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