Ponta Delgada – Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento? - XXII
Consolidada a vila e elevada a cidade, importava deslocar a Câmara, improvisada em 1499 defronte da Igreja Matriz. Para isso construiu-se o novo edifício na então Praça Velha, iniciado ainda no séc. XVI e continuado no séc. XVII.
O edifício da Câmara sofreu violentos estragos pelo sismo de 1852, tendo vindo progressivamente a deteriorar-se até aos anos 30 do séc. XX, ficando em tal estado que esteve para ser demolida!
Depois de falhadas as negociações para a compra do Palácio Fonte Bela (hoje Escola Secundária Antero de Quental) de 1908 a 1920, ainda a Câmara, por proposta do Dr. Augusto Arruda (1), homem culto e de muito bom gosto, chegou a pensar em comprar o palacete do Marquês da Praia e Monforte e seu extenso jardim para aí instalar a Câmara e rebaixar o muro de todo o jardim que ocupava então a Rua Marquês da Praia, a norte, a Rua do Conselheiro Luís de Bettencourt de Medeiros e Câmara, a nascente, e a Rua do Provedor, a sul, colocando um gradeamento em todo o seu perímetro com o intuito de o abrir público.
Ter-se-ia assim evitado a destruição do jardim e a construção do aberrante edifício do Tribunal, como adiante veremos, mas simultaneamente não se teria evitado a demolição do velho edifício, que foi contudo a decisão mais sensata.
Não se tendo conseguido esse objectivo, mudou-se a Câmara provisoriamente para o Solar de Nossa Senhora de Guadalupe, na hoje Rua do Marquês da Praia e Monforte e depois para o Solar dos Cantos na Rua Ernesto do Canto, onde funcionou até completar o restauro do primitivo edifício do séc. XVI e XVII.
Praça do Município vendo-se a Câmara ao fundo e à esquerda as arcadas dos açougues. Foto tirada do antigo adro da Igreja Matriz. As arcadas dos açougues foram demolidas em 17-1-1898
Aspecto actual da Praça do Município e da Câmara
Ruínas da Câmara Municipal em 1930.Fachada sul voltada para a Rua de Santa Luzia
O edifício da Câmara sofreu violentos estragos pelo sismo de 1852, tendo vindo progressivamente a deteriorar-se até aos anos 30 do séc. XX, ficando em tal estado que esteve para ser demolida!
Depois de falhadas as negociações para a compra do Palácio Fonte Bela (hoje Escola Secundária Antero de Quental) de 1908 a 1920, ainda a Câmara, por proposta do Dr. Augusto Arruda (1), homem culto e de muito bom gosto, chegou a pensar em comprar o palacete do Marquês da Praia e Monforte e seu extenso jardim para aí instalar a Câmara e rebaixar o muro de todo o jardim que ocupava então a Rua Marquês da Praia, a norte, a Rua do Conselheiro Luís de Bettencourt de Medeiros e Câmara, a nascente, e a Rua do Provedor, a sul, colocando um gradeamento em todo o seu perímetro com o intuito de o abrir público.
Ter-se-ia assim evitado a destruição do jardim e a construção do aberrante edifício do Tribunal, como adiante veremos, mas simultaneamente não se teria evitado a demolição do velho edifício, que foi contudo a decisão mais sensata.
Não se tendo conseguido esse objectivo, mudou-se a Câmara provisoriamente para o Solar de Nossa Senhora de Guadalupe, na hoje Rua do Marquês da Praia e Monforte e depois para o Solar dos Cantos na Rua Ernesto do Canto, onde funcionou até completar o restauro do primitivo edifício do séc. XVI e XVII.
Praça do Município vendo-se a Câmara ao fundo e à esquerda as arcadas dos açougues. Foto tirada do antigo adro da Igreja Matriz. As arcadas dos açougues foram demolidas em 17-1-1898
Aspecto actual da Praça do Município e da Câmara
Ruínas da Câmara Municipal em 1930.Fachada sul voltada para a Rua de Santa Luzia
[1] Dr. Augusto Rebelo Arruda, foi um dos pioneiros e grandes impulsionador do turismo em S.Miguel. Sócio fundador da SATA e administrador da Sociedade Terra Nostra. Um dos principais produtores de ananás, com uma propriedade modelo ainda existente na rua com o seu nome na Abelheira.
Carlos F. Afonso
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