domingo, julho 24, 2005

Ponta Delgada - Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento XLVII

Voltamos hoje ao chamado Canto da Cruz, retomando o eixo da cidade que nos propúnhamos visitar.


Cruzamento da Rua da Esperança com a Rua da Cruz (à direita) e Rua da Canada, hoje Diário dos Açores (à esquerda). Em frente a Rua Marquês da Praia.


A partir do Canto da Cruz o eixo mediano passa a chamar-se Rua Marquês da Praia e Monforte, pela existência logo à direita do Palacete do Marquês que ocupava com o seu vasto jardim, todo um quarteirão, limitado pela Rua Marquês da Praia, a norte, a Rua Dr. Luís Bettencourt, a nascente, a Rua do Provedor, a sul e a Rua da Cruz, a poente.
É a rua conhecida em vários documentos como «Rua Direita», «Rua que vem da ermida de S. Braz para o convento de Na Sen. a da Esperança », « rua da Fonte grande que vai para a Esperança » e, no séc. XIX, como «Rua do Teatro» por nela se situar o antigo Teatro Micaelense, fronteiro ao palacete do Marquês, no espaço hoje ocupado pelo Jardim Sena Freitas.

José Joaquim de Sena Freitas nasceu em Ponta Delgada, a 21 de Junho de 1840, e faleceu no Brasil, em Dezembro de 1913. As suas cinzas chegaram a Ponta Delgada a 4 de Março de 1925. Fez estudos primários em Vila Franca do Campo e secundários no Seminário de Santarém, concluindo o curso teológico no Seminário de Saint Lazare, em Paris. Integrado na Congregação dos Padres de S. Vicente de Paulo, missionou no Brasil até à morte, com excepção de alguns anos de vivência em Portugal, em que foi nomeado Cónego da Patriarcal de Lisboa. Autor de vasta produção literária, publicou obras de Apologética (como “Os Milagres e a Crítica Moderna” ou “Escritos de Hontem”), Oratória, Jornalismo e Crítica (“No Presbitério e no Tempo” ou “Os Nossos Bispos do Continente”), Descrições e Perfis (“Perfil de Camilo Castelo Branco” ou “Por Terra e Mar”) e Assuntos Religiosos (“Dia a Dia dum Espírito Christão” ou “A Alta Educação do Clero”) (in José Andrade).


Carlos F. Afonso
| Arquivo de Comentários Antigos