segunda-feira, fevereiro 14, 2005


Irmã Lúcia - Lúcia de Jesus 28-03-1907/13-02-2005

Tenho fé e crença em Deus e em Cristo, embora não aceite muito da palavra, ensinamentos e práticas que a Igreja Católica vem fazendo, e sempre fez, ao longo dos séculos.
Ao ponto de ter querido, por minha própria vontade, os sacramentos que me pareceram necessários e essenciais e que não me foram impostos. O baptismo, a primeira comunhão e a comunhão solene, e o casamento.
Recusei prosseguir a preparação para o crisma quando me afirmavam que se tratava da confirmação do baptismo, não necessitando eu de confirmar o que eu própria quis. E no casamento não quis - e foi-me permitido - jurar que educaria os meus filhos segundo a lei da Igreja. Apenas jurei que o faria segundo a lei de Cristo.
Tendo eu fé, mas repugnando-me muito do que a Igreja quer que façamos com a nossa fé, aceito e respeito, porém, o fenómeno de Fátima. Aceito que tenham existido as visões, as aparições e que tenham sido transmitidos segredos a crianças. Respeito os que, com fé, aceitam fazer promessas e as cumprem. Mas apenas aceito e respeito, esta parte do fenómeno.
Já não concordo, porém, com o cumprimento de promessas pelo sofrimento. Com caminhadas dolorosas ou percursos, mais ou menos longos, de joelhos, de enfermos, de crianças, de velhos, muitas vezes arrastados pelo familiar que fez a promessa. E tudo com a observação, a aceitação e o beneplácito da Igreja, que não desencoraja esta forma de vivência da fé. Tal como não desencoraja o comércio que à roda do fenómeno se produz.
Mas, porque Fátima é um dos "F" que durante muito tempo, e ainda hoje nos identifica.
Porque Lúcia foi uma mulher de fé.
Porque tanto tanto quanto conheço da sua história, Lúcia foi coerente na sua fé e vivência.
Em sua memória.
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