domingo, outubro 24, 2004

Ponta Delgada – Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento? - XVII


Largo da Misericórdia nos anos 40.
À esquerda, junto da Travessa de Santa Margarida de Chaves,existiu uma Ermida de Santa Margarida.A seguir à esquina da Rua António Joaquim Nunes da Silva, vemos a Rua do Aljube e a seguir a Casa Bensaúde, resultante de demolição do Hospital e Igreja da Misericórdia do séc. XVI.
Ao fundo a antiga casa dos Faria e Maia, hoje Clube Micaelense.


A seguir à Rua António Joaquim Nunes da Silva, antes da Casa Bensaúde, vemos a Rua do Aljube, que antigamente não descia até ao Largo, dado que a Misericórdia se estendia até à esquina da actual Rua António Joaquim Nunes da Silva.

Na Rua do Aljube existiu uma ermida, já desaparecida, a de Nossa Senhora da Ajuda, situada no local da casa nº 40 desta rua.
A origem desta toponímia não é clara. Ou terá aqui existido um aljube (Palavra de origem árabe, al-jobbe, que significava cisterna ou prisão de eclesiásticos quando não estavam ainda sujeitos ao foro civil e que ainda se aplica às prisões de mulheres) ou se trata de uma corruptela da palavra Ajuda, originada na ermida que poderá ter dado origem ao nome (1).


Casa nº 40 da Rua do Aljube onde existiu a Ermida de N.S. da Ajuda e o Aljube, e que substituiu a que existia após a demolição da Ermida e do Aljube e foi consumida por um incêndio no princípio do séc. XX (foto actual)

Por detrás da antiga Misericórdia existe uma pequena travessa, a Travessa do Aljube onde existia, de frente para a Misericórdia, a Ermida de Nossa Senhora da Boa Morte, hoje desaparecida.



Travessa do Aljube onde existia a Ermida de Nossa Senhora da Boa Morte (à direita) de frente para as traseiras da antiga Misericórdia, ambas demolidas. (foto actual)

A Travessa do Aljube liga a Rua do Aljube à Rua Manuel Inácio Correia, antiga Rua do Valverde para onde seguiremos amanhã.

(1)Nestor de Sousa, A ARQUITECTURA RELIGIOSA DE PONTA DELGADA NOS SÉCULOS XVI A XVIII, Universidade dos Açores Ponta Delgada 1986. Hugo Moreira em artigo publicado no jornal “Açores”, nº 9.800 e 30-4-1978 diz ter existido naquele local a Ermida da Ajuda e o Aljube.

Carlos F. Afonso
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