quarta-feira, agosto 03, 2005

Jornalistas ou Balelas?

No outro dia o deixou aqui este comentário que prometi comentar:

Não entendo porque não hão-de os jornalistas a sua parcialidade.
Pessoalmente não tenho o menor problema em o fazer. Assumidamente o meu jornal pode ser conotado com a esquerda. Sou assumidamente de esquerda. Porquê escondê-lo?
Isso não me impede de noticiar também, os outros.

Com a ideia de que já tinha escrito sobre isto, fui procurar e encontrei aqui.

Eu acho que os jornalistas podem ter cores políticas, religiosas, futebolísticas e outras quaisquer, e expressar nos seus artigos essas mesmas cores.
Aliás, parece-me até que era muito mais transparente que todos soubéssemos a cor e os “amores” de cada jornalista, porque assim (e mesmo não sendo sempre preciso) sempre seria mais fácil interpretar as palavras ou o sentido pretendido dar na frase sarcástica ou no texto irónico. Era uma moda dos americanos que eu não me importava que se adoptasse…
O que eu não suporto é o mau Jornalismo. O jornalismo que mistura a notícia (do “quem, onde, quando e porquê”) com as cores ou que nem responde ao “quem, onde, quando e porquê”.
Ora vejam só isto:

Título: Restauração é um dos sectores que recolhe mais proveitos
Subtítulo: Receitas Há indicadores positivos, apesar dos nórdicos terem um padrão de consumo diferente do nosso
Notícia: A romper com a ideia de que os turistas nórdicos originam poucas receitas está o facto de haver alguns sectores que vêem neste mercado a “salvação” para muitos dos seus problemas. Isabel Barata adianta mesmo que “muitos proprietários de restaurantes já me disseram que se não fossem estes clientes a sua situação seria, provavelmente, muito mais complicada”. Todavia, a directora admite que “as pessoas provenientes países não têm o mesmo padrão de consumo do turista tradicional, que compra tudo e mais alguma coisa”. O facto, diz, “destas pessoas viajarem várias vezes por na faz com que, em termos de consumo o mesmo seja diferente daqueles que o fazem uma vez por ano e que levam ofertas para todos os familiares”. Termina aqui dizendo que “ao contrário do que se pensa, estas pessoas gastam dinheiro e produzem receitas”.
Autor: Pedro Ferreira
Jornal: Expresso das Nove


Dão-se alvíssaras a quem, não sendo das ilhas, descobrir de que é directora Isabel Barata.
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