terça-feira, agosto 23, 2005

Apelo

(Lusa)

Eu não queria falar de fogos, porque depois de alguns tempos fora destas lides, não queria falar de desgraças.
Eu não queria falar das férias do Primeiro-Ministro, porque para além de me irritar a política, ou melhor, de me irritarem os políticos, cada vez mais assisto a atitudes que, política, ética ou moralmente não deveriam verificar-se.
Mas depois de ontem, depois de ouvir a Joana falar dos seus familiares e amigos em Coimbra, e de assistir à impotência de tantos outros nas notícias, não consigo calar-me.
O Senhor Primeiro Ministro é livre de tirar férias e de ir para onde bem entende, deixando as suas funções delegadas nos que lhe assistem.
Pena é que, ao contrário de tantos outros, o faça quando mal começou a fazer qualquer coisa no seu cargo.
E pena é que o faça quando o País está em crise e a arder.
E pena é, que nem este, nem qualquer outro Primeiro Ministro, Governo ou autoridades tenha conseguido evitar o que de ano para ano, com mais ou menos calor, com mais ou menos seca, vemos acontecer, ao país, à terra, e às pessoas.
Senhores, façam alguma coisa para prevenir e sobretudo mostrem-nos e deixem mostrar que o fazem.
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