Ponta Delgada - Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento L
Entre o actual Jardim Sena Freitas e a Casa dos Sousa Medeiros e Canto (Laranjeiras), sobe uma Rua pelo nascente do Jardim, no sentido sul-norte, a actual Rua 6 de Junho - data da 1ª grande manifestação popular realizada no país no ano de 1975, contra a instauração dum regime comunista em Portugal - antiga «Rua das Chagas», que nos conduz ao lado poente do Largo dos Mártires da Pátria, antigo «Campo dos Paços do Conde», «Campo da Conceição», «Campo da igreja de S. Mateus» por alusão ao grandioso Paço dos Condes da Ribeira Grande do séc. XVI demolido por Jacinto Inácio Rodrigues da Silveira nos princípios do séc. XIX.
Continua-se pela Rua do Coronel Silva Leal, antiga «Rua Nova do Maranhão» e depois «Rua do Desterro».
Feliciano António da Silva Leal nasceu na Ilha do Faial, em 1876, e faleceu em Angra do Heroísmo, no dia 6 de Janeiro de 1961. Detentor de várias condecorações das Campanhas de África, foi, por duas vezes, presidente da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo e nomeado Delegado Especial do Governo da República para os Açores, em 1927. Nesta qualidade, promoveu, em Lisboa, a aprovação do Decreto de 16 de Fevereiro de 1928, considerado como grande vitória pelos líderes do segundo movimento autonomista dos Açores. Na cidade de Ponta Delgada, foi atribuído o seu nome, por deliberação camarária de 24 de Maio de 1928, à artéria vulgarmente conhecida como "Rua do Desterro", devido à ermida ali existente desde 1629 e dedicada a Nossa Senhora do Desterro. (José Andrade, ob.cit., 2001)
Todas estas ruas ligam o eixo mediano da cidade ao seu eixo norte, neste local correspondendo ao cruzamento com a Rua Aristides Moreira da Mota, antiga «Rua do Pao do Conde» - por referência ao mastro que os Condes da Ribeira Grande ali tinham virado para a rua e onde içavam a sua bandeira - depois «1ª Rua do Conde» e Rua João Francisco de Sousa.
Aristides Moreira da Mota nasceu em Ponta Delgada, a 12 de Julho de 1855, e faleceu, nesta cidade, a 1 de Maio de 1942. Licenciou-se na Faculdade de Direito de Lisboa, em 1880, e montou consultório de advogado, no ano seguinte, na 1ª Rua do Conde, n°67, actualmente designada como Rua Dr. Aristides da Mota, por deliberação camarária de 8 de Janeiro de 1944. Exerceu a profissão de advogado durante cerca de 40 anos, em simultâneo com as funções de professor no Liceu de Ponta Delgada. Foi Presidente da Câmara Municipal, de 1884 a 1889, exercendo ainda a presidência em substituição, por dois meses apenas, no ano de 1890. Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia, em 1892 e 1893, inaugurando-se ali, nesse tempo, o "Internato João Francisco Cabral". Foi, ainda, co-fundador do instituto de caridade "Século XX", em 1901. De 1896 a 1898, exerceu as funções de vice-presidente da Junta Geral do Distrito de Ponta Delgada, de que foi presidente nos anos de 1902, 1903 e 1926. Em 1889, foi eleito deputado regenerador, voltando às Cortes em 1892. Abandonou esse partido em 1904. No ano seguinte, alistou-se no Partido Franquista. Foi eleito deputado e escolhido para líder da respectiva Câmara, em 1906. De Novembro de 1907 a Fevereiro de 1908, foi Governador Civil de Angra do Heroísmo. Regressou à actividade partidária, que entretanto abandonara, em 1918, com o Partido Regionalista. A sua grande obra política foi a iniciativa de converter em lei a histórica aspiração da Autonomia Administrativa dos Açores, cujo decreto descentralizador para S. Miguel foi publicado em 2 de Março de 1895. (José Andrade, ob.cit., 2001)
Carlos F. Afonso
Continua-se pela Rua do Coronel Silva Leal, antiga «Rua Nova do Maranhão» e depois «Rua do Desterro».
Feliciano António da Silva Leal nasceu na Ilha do Faial, em 1876, e faleceu em Angra do Heroísmo, no dia 6 de Janeiro de 1961. Detentor de várias condecorações das Campanhas de África, foi, por duas vezes, presidente da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo e nomeado Delegado Especial do Governo da República para os Açores, em 1927. Nesta qualidade, promoveu, em Lisboa, a aprovação do Decreto de 16 de Fevereiro de 1928, considerado como grande vitória pelos líderes do segundo movimento autonomista dos Açores. Na cidade de Ponta Delgada, foi atribuído o seu nome, por deliberação camarária de 24 de Maio de 1928, à artéria vulgarmente conhecida como "Rua do Desterro", devido à ermida ali existente desde 1629 e dedicada a Nossa Senhora do Desterro. (José Andrade, ob.cit., 2001)
Todas estas ruas ligam o eixo mediano da cidade ao seu eixo norte, neste local correspondendo ao cruzamento com a Rua Aristides Moreira da Mota, antiga «Rua do Pao do Conde» - por referência ao mastro que os Condes da Ribeira Grande ali tinham virado para a rua e onde içavam a sua bandeira - depois «1ª Rua do Conde» e Rua João Francisco de Sousa.
Aristides Moreira da Mota nasceu em Ponta Delgada, a 12 de Julho de 1855, e faleceu, nesta cidade, a 1 de Maio de 1942. Licenciou-se na Faculdade de Direito de Lisboa, em 1880, e montou consultório de advogado, no ano seguinte, na 1ª Rua do Conde, n°67, actualmente designada como Rua Dr. Aristides da Mota, por deliberação camarária de 8 de Janeiro de 1944. Exerceu a profissão de advogado durante cerca de 40 anos, em simultâneo com as funções de professor no Liceu de Ponta Delgada. Foi Presidente da Câmara Municipal, de 1884 a 1889, exercendo ainda a presidência em substituição, por dois meses apenas, no ano de 1890. Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia, em 1892 e 1893, inaugurando-se ali, nesse tempo, o "Internato João Francisco Cabral". Foi, ainda, co-fundador do instituto de caridade "Século XX", em 1901. De 1896 a 1898, exerceu as funções de vice-presidente da Junta Geral do Distrito de Ponta Delgada, de que foi presidente nos anos de 1902, 1903 e 1926. Em 1889, foi eleito deputado regenerador, voltando às Cortes em 1892. Abandonou esse partido em 1904. No ano seguinte, alistou-se no Partido Franquista. Foi eleito deputado e escolhido para líder da respectiva Câmara, em 1906. De Novembro de 1907 a Fevereiro de 1908, foi Governador Civil de Angra do Heroísmo. Regressou à actividade partidária, que entretanto abandonara, em 1918, com o Partido Regionalista. A sua grande obra política foi a iniciativa de converter em lei a histórica aspiração da Autonomia Administrativa dos Açores, cujo decreto descentralizador para S. Miguel foi publicado em 2 de Março de 1895. (José Andrade, ob.cit., 2001)
Carlos F. Afonso
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