terça-feira, janeiro 18, 2005

Ponta Delgada – Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento? - XXXV

Contornando o edifício da Misericórdia pelo sul, chegamos à única rua do nascente onde acabava a cidade quinhentista nas palavras de Frutuoso “…e acaba em casa do esforçado e forçoso que foi Baltasar Roiz, de Santa Clara…”.
Era esta a antiga Rua de Santa Clara depois Rua do Cerco, no séc. XVII, hoje Teófilo Braga.

Joaquim Teófilo Fernandes Braga nasceu em Ponta Delgada, a 24 de Fevereiro de 1843, na antiga "Rua do Cerco", que hoje ostenta o seu nome, e faleceu em Lisboa, no dia 28 de Janeiro de 1924. Formado pela Faculdade de Direito de Coimbra, revelou o seu talento de investigador com a "História da Literatura Portuguesa", mas salientou-se ainda noutras facetas o autor de "Parnaso Português Moderno", "História do Romantismo em Portugal" e, sobretudo, "Visão dos Tempos", que tivera as suas primeiras manifestações literárias, com apenas 16 anos de idade, na colecção de versos "Folhas Verdes". Foi Presidente do Governo Provisório da República e, em 1915, exerceu a suprema magistratura da Nação, como Presidente da República Portuguesa. É patrono da Escola Preparatória de Vila do Porto, porque ali nasceu sua mãe, e tem um busto oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa que foi descerrado, em 1943, na rua que ostenta o seu nome, em Ponta Delgada. O seu nome foi ainda dado a uma rua de East Providence, nos Estados Unidos da América, em 1995.

Os edifícios da Junta Autónoma dos Portos situam-se no local conhecido pela Cerca dos Frades por ser o local onde os Franciscanos iam ao calhau tomar banho e pescar. Daí a rua passar a chamar-se a partir do séc. XVII por Rua do Cerco.



Vista aérea da zona de Santa Clara. Vendo-se os edifícios da Junta Autónoma dos Portos a Avenida Kopke, a entrada para o Porto Artificial. A seguir o Forte de S. Brás ainda com os antigos edifícios das Oficinas de Reparações Marítimas, hoje felizmente demolidos de modo a desafogar o Forte. A seguir o Cais do Corpo Santo e mais longe o Cais da Sardinha. À esquerda o vasto edifício dos Franciscanos adaptado a Hospital da Misericórdia


Carlos F. Afonso
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