Ponta Delgada – Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento? - XXXIV
A limitar o Largo de S. Francisco pelo sul temos o Forte de S. Brás, de 1553, a mais poderosa fortaleza da Ilha. Situa-se na vertente nascente da Ponta Delgada, também chamada de Santa Clara, que deu o nome à cidade. A ponta foi assim chamada pela proximidade que tinha com a primitiva Ermida de Santa Clara que como veremos lhe fica próxima.
Foi Ponta Delgada atacada em meados de Junho de 1582 pela esquadra francesa do Prior do Crato, comandada por Strozzi e que por curto espaço de tempo o ocupou o Forte de S. Brás, comandado por Pêro Peixoto da Silva. Os soldados franceses saquearam a cidade depois de desembarcarem pelo nascente (Rosto de Cão). Este saque obrigou a população a fugir para os matos e as freiras da Esperança e Santo André a refugiarem-se nas Sete Cidades, no local ainda hoje conhecido por Cerrado das Freiras. Foi o maior combate naval a que Ponta Delgada assistiu, vingado em 26 de Julho de 1582 pela derrota da armada do Prior do Crato, comandada pelo espanhol Marquês de Santa Cruz, D. Álvaro de Bazan, em Vila Franca.
Quando da obra de ajardinamento do campo fronteiro ao Castelo, foram descobertos os esqueletos dos participantes da célebre “revolta dos calcetas” de 23-4-1835. Eram estes, guerrilheiros miguelistas que se encontravam aprisionados no Castelo e eram assim conhecidos por andarem em trabalhos forçados calcetando estradas. Revoltaram-se nessa data comandados pelo, também guerrilheiro, Sebastião Forjaca e dominaram por algumas horas o Castelo. Foram presos e fuzilados no dia seguinte no adro da vizinha Igreja dos Franciscanos com requintes de barbarismo. Foram decapitados e foram-lhes também cortadas as mãos, ficando as cabeças e os corpos expostos no Campo de S. Francisco para “exemplo”! Foram depois salgados e enterrados em barris por outros presidiários, “um chamado Tarolé, o Manuel Pucarinha, de Rosto de Cão, o Larangeira, da Ribeira Grande, e o preto das tias de Duarte Borges porque ali apareceu” (!!!). Foram depois, eles próprios, enterrados vivos com os cadáveres dos calcetas!!
Antigo Coreto do Campo de S Francisco que ardeu durante a instalação das lâmpadas para as festas do S.S.Cristo nos finais dos anos 50.
Fotografia do Forte de S .Brás tirada da torre da Igreja de S. José vendo-se a fachada do Convento dos Franciscanos demolida e as obras de construção da fachada da antiga Misericórdia. A cerca do Castelo ainda não estava ajardinada e, junto ao Castelo, o antigo Cais do Corpo Santo. Mais ao fundo o Porto artificial já iniciado em 1861
Carlos F. Afonso
Foi Ponta Delgada atacada em meados de Junho de 1582 pela esquadra francesa do Prior do Crato, comandada por Strozzi e que por curto espaço de tempo o ocupou o Forte de S. Brás, comandado por Pêro Peixoto da Silva. Os soldados franceses saquearam a cidade depois de desembarcarem pelo nascente (Rosto de Cão). Este saque obrigou a população a fugir para os matos e as freiras da Esperança e Santo André a refugiarem-se nas Sete Cidades, no local ainda hoje conhecido por Cerrado das Freiras. Foi o maior combate naval a que Ponta Delgada assistiu, vingado em 26 de Julho de 1582 pela derrota da armada do Prior do Crato, comandada pelo espanhol Marquês de Santa Cruz, D. Álvaro de Bazan, em Vila Franca.
Quando da obra de ajardinamento do campo fronteiro ao Castelo, foram descobertos os esqueletos dos participantes da célebre “revolta dos calcetas” de 23-4-1835. Eram estes, guerrilheiros miguelistas que se encontravam aprisionados no Castelo e eram assim conhecidos por andarem em trabalhos forçados calcetando estradas. Revoltaram-se nessa data comandados pelo, também guerrilheiro, Sebastião Forjaca e dominaram por algumas horas o Castelo. Foram presos e fuzilados no dia seguinte no adro da vizinha Igreja dos Franciscanos com requintes de barbarismo. Foram decapitados e foram-lhes também cortadas as mãos, ficando as cabeças e os corpos expostos no Campo de S. Francisco para “exemplo”! Foram depois salgados e enterrados em barris por outros presidiários, “um chamado Tarolé, o Manuel Pucarinha, de Rosto de Cão, o Larangeira, da Ribeira Grande, e o preto das tias de Duarte Borges porque ali apareceu” (!!!). Foram depois, eles próprios, enterrados vivos com os cadáveres dos calcetas!!
Antigo Coreto do Campo de S Francisco que ardeu durante a instalação das lâmpadas para as festas do S.S.Cristo nos finais dos anos 50.
Fotografia do Forte de S .Brás tirada da torre da Igreja de S. José vendo-se a fachada do Convento dos Franciscanos demolida e as obras de construção da fachada da antiga Misericórdia. A cerca do Castelo ainda não estava ajardinada e, junto ao Castelo, o antigo Cais do Corpo Santo. Mais ao fundo o Porto artificial já iniciado em 1861
Carlos F. Afonso
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