quarta-feira, outubro 06, 2004

Prece

Talvez que eu morra na praia

Cercada em pérfido banho
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho.

Talvez que eu morra na rua
E dê por mim de repente
Em noite fria e sem luar
E mando as pedras da rua
Pisadas por toda a gente.

Talvez que eu morra entre grades
No meio de uma prisão
Porque o mundo além das grades
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração.

Talvez que eu morra de noite
Onde a morte é natural
As mãos em cruz sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal.


(Alain Oulman/Pedro Homem de Melo)

Na verdade não importa onde e quando porque o que fica é o vazio.
Por duas pessoas que nos deixaram em 6 de Outubro.



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