quarta-feira, outubro 06, 2004

Ponta Delgada – Vandalismo Cultural ou Desenvolvimento? - VI

Continuando pela Rua da Calheta chegamos ao antigo porto piscatório da Calheta de Pero de Teive, hoje aterrado e transformado em parque de estacionamento.


Porto da Calheta de Pero de Teive como era durante o séc. XX


A Calheta de Pêro de Teive hoje em dia e a Rua Eng.º José Cordeiro


Pero de Teive foi quem redigiu a primeira acta do Concelho de Ponta Delgada, na sequência imediata da sua criação pelo rei D. Manuel I, em em 1499. Haviam então sido realizadas eleições para os primeiros dirigentes do novo concelho, que determinaram a escolha de Nuno Gonçalves Botelho e João da Castanheira, como juízes; João Gonçalves o Tangedor e Pero Afonso Castelhano, como vereadores; e ainda João Dias Caridade, como Provedor. Pero de Teive foi encarregue de redigir essa acta. Cinco séculos volvidos, em homenagem à sua memória, a designação toponímica "Rua Pêro de Teive" foi atribuída por deliberação camarária de 6 de Outubro de 1998. Pero de Teive era o segundo filho de Gonçalo de Teive Paím e casou com Francisca de Mesas. ( in José Andrade, A Face Humana da Toponímia de Ponta Delgada, Ed. da CMPD, 2001).

Ao antigo porto da Calheta vinha dar a Rua do Poço – “e junto está o poço de Duarte Borges de Gamboa que, sendo provedor da fazenda de el-Rei, ali mandou fazer, para se granar o pastel com água dele.”( Gaspar Frutuoso, “Saudades da Terra”, Vol. 4º , Cap.XLIII, pág. 82), antiga “Rua do Poço davaronica” (sic), unindo o antigo Caminho Novo (actual Rua da Mãe de Deus) à Rua da Calheta.

Carlos F. Afonso


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