domingo, março 21, 2004

O Liceu e a Escola em Ponta Delgada

Mais uma vez com o mote do Professorices, que hoje se dedica às memórias do Liceu (o Liceu de Ponta Delgada que no meu tempo assim era chamado, apesar do nome oficial ser Escola Secundária Antero de Quental), aproveito aqui para reproduzir o comentário que aí deixei.

Eu também sou do tempo da Escola Secundária Antero de Quental, sempre tratada por Liceu, e assim distinguida da outra Escola Secundária existente na altura, a Escola Secundária Domingos Rebelo, chamada por Escola.
Visitava o Liceu para estar com alguns amigos que por lá andavam, mas não o fazia com gosto e satisfação pois da passagem dos portões aos passeios pelos recreios os olhos não paravam de cair em nós.
Quando fui viver para Ponta Delgada, ainda antes de entrar na Escola e de visitar o Liceu, existiram dois movimentos que me marcaram: a "praxe" do Liceu e os movimentos do 6 de Junho (sobre os quais falarei no (Indis)pensáveis).
Infelizmente, ou pelo pouco tempo que passei nas ilhas, ou pela minha fraca memória para nomes, ou ainda pela menor qualidade dos professores face aos do tempo do João, recordo muito menos nomes do que os aqui citados.
Mas marcaram-me, pela sua qualidade pedagógica e pelo saber, a Sra. D. Cerília Carvalho, minha professora de Português no Colégio (São Francisco de Xavier), a Sra. D. Maria Luisa, professora de inglês no Colégio e na Escola, a Belinha (Isabel Domingues), que me deu aulas de Psicologia na Escola e com quem travei amizade e me preparou para os exames de Filosofia (e assim me fez gostar de Filosofia) para a entrada na Faculdade, a Teresa Almeida, mãe do ToZé, do :Ilhas, que tão bem já a evocou no Dia da Mãe, e que me deu aulas de Biologia, o Boanerges Botelho de Melo, um senhor das Furnas, muito pacato e tímido, sempre com as calças iguais, que nos dava aulas de Matemática, lembrando-me eu sempre dos seus quadros preenchidos com os teoremas e os corolários, e a Eduarda Silva Melo, que apenas me deu aulas de História durante uns meses no 11º ano, mas que tive bastante pena de não ter podido continuar a assegurar também a minha turma, pois foi a melhor professora de História que tive.
Muitos mais haverá para recordar e o André, meu companheiro de Escola (e num ano, de turma) certamente lembrar-se-á de outros.
Da Escola, recordo também, apesar de não ter sido sua aluna, a Marta Bradford, respeitada pelos seus pares e temida pelos seus alunos, provavelmente pela exigência que impunha dada a sua qualidade de saber.

Este comentário ficou por aqui mas muito mais haveria a recordar.
A Escola, a minha escola, era em frente ao Jardim António Borges - que abaixo também é referido noutro post - e para onde, nos meus 10º e 11º anos, íamos em grupo nos intervalos mais longos (os "furos") entre as aulas.
Fui para lá porque foi para onde foram a maior parte das meninas da minha turma (uma turma feminina) do Colégio São Francisco Xavier, havendo a possibilidade de nos mantermos todas juntas e de nos juntarmos às meninas e meninos que tendo andado no Colégio, tinham feito o Preparatório na Escola Preparatória Roberto Ivens e da Escola Preparatória Canto da Maia.
No 10º ano, a escolha de áreas de ensino ditou que os meus mais próximos amigos fossem para o Liceu, tendo eu permanecido na Escola porque escolhera a Àrea D, de Humanísticas.
No 7º ano, ano de estreia na Escola, andava sempre com as minhas amigas e colegas Laura e Tixa. Como éramos cada uma da sua altura, e como a Tixa fazia birra se não andava no meio, a conclusão era a que faziamos escadinha, passando a ser tratadas pelas manas Doroteia (da notável novela brasileira cujo nome já não me lembro mas que retratava, entre outros, um presidente de uma Câmara, Odorico Paraguassu, que queria construir um cemitério, e que, com o humor do meu Professor Universitário, Vasco Pereira da Silva, passou a ilustrar bastantes casos práticos na minha cadeira de Direito Administrativo).
A minha melhor turma foi a do 9º ano. Com a Laura e a Tixa, reuni-me àqueles que eram os meus amigos e companheiros do social. Entre eles estava o André, com quem vivi "estórias" engraçadas nesse ano. Desde a professora de Contabilidade - lembras-te do cheiro André? - às expulsões colectivas e idas para o Conselho Directivo, e aos meus relatos do futebol jogado pelo André com tanta mestria mas com mais cuidado ainda para que as calças não se sujassem.
Dos professores, não evoquei uma professora do 9º ano que também muito me marcou e com quem hoje, felizmente, mantenho contacto. A Margarida Paula, excelente professora de Português, mas que......um dia nos pôs a todos na rua. Era uma turma implacável, de facto.

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